No Palácio do Planalto, a orientação para auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é não fazer comentários e nem deboches nas redes sociais das ações da operação "Tempus Veritatis", que atingiu o ex-presidente Jair Bolsonaro e a cúpula militar de seu governo nesta quinta-feira (8/2).
O silêncio é a determinação que vale para ministros e servidores de segundo e terceiros escalões.
Lula não quer ver repetido o que ocorreu na operação que atingiu Carlos Bolsonaro, há 10 dias, quando o filho do presidente foi alvo dos agentes. Uma peça do governo naquele dia sobre os cuidados com a dengue, exibia um homem batendo numa porta com a legenda "toc, toc, toc". E orientava que "quando os agentes comunitários de saúde baterem à sua porta, não tenha medo, apenas receba-os".
Essa propaganda foi muito criticada por ter deixado claro ser uma provocação à operação contra o filho do ex-presidente.
No Planalto, disse um assessor ao Correio, a medida a ser considerada agora são as palavras de Lula hoje em Belo Horizonte, em entrevista a rádio Itatiaia, quando o presidente afirmou ser "muito difícil um presidente da República comentar sobre uma operação da Polícia Federal que ocorre em segredo de Justiça. Espero que não ocorra nenhum excesso e seja aplicado o rigor da lei. Sabemos dos ataques à democracia. Precisamos saber quem financiou os acampamentos. Vamos esperar as investigações".
O presidente não quer comentários e piadas sobre a ação, dada a gravidade das acusações e dos nomes envolvidos.
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