O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou nesta quarta-feira (28/2) que a comunidade internacional não tenha ouvido o Brasil sobre a necessidade de apoiar o desenvolvimento do Haiti. O país enfrenta hoje uma séria crise humanitária e de segurança, com guerra entre gangues.
O petista disse que o Brasil está auxiliando no treinamento da polícia haitiana para lidar com a crise, e anunciou a abertura de um centro de capacitação profissional para jovens no sul do país. Às nações caribenhas, Lula também pediu que participem da mediação pela paz no Haiti.
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"No Haiti, precisamos agir com rapidez para aliviar o sofrimento de uma população dilacerada pela tragédia. Infelizmente, a comunidade internacional não deu ouvidos quando o Brasil alertou que o esforço de estabilização só seria sustentável com apoio maciço ao desenvolvimento e ao fortalecimento institucional do país", discursou o presidente durante participação na Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom).
"Ligação especial" com Haiti
Lula destacou que o Haiti foi o primeiro país independente do Caribe, e o primeiro a abolir a escravidão no Ocidente, mas volta agora a "uma espiral de insegurança e instabilidade". Em 2010, a nação foi devastada por um forte terremoto, que matou mais de 230 mil pessoas. À época, o Brasil tomou a liderança da ajuda humanitária e enviou uma série de missões para ajudar na crise.
"Temos uma ligação especial com o Haiti, materializada pelos cerca de 200 mil haitianos que vivem no Brasil. Estamos oferecendo treinamento à Polícia Nacional Haitiana e vamos inaugurar um centro de formação profissional para jovens haitianos no sul do país, no valor de 17 milhões de dólares", declarou Lula ao discursar.
A crise atual no Haiti preocupa as Nações Unidas, que atua para reforçar a segurança pública no país. Nações como o Quênia se articulam para enviar policiais, reforçando as forças locais de segurança.
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