A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga os efeitos da responsabilidade jurídica socioambiental da empresa Braskem, decorrente do caso em Maceió, aprovou, nesta quarta-feira (28/2), a convocação do presidente da empresa Braskem, Roberto Bischoff, para prestar esclarecimentos.
Além do representante da petroquímica investigada, o colegiado aprovou outros sete nomes para comparecer ao Senado. Entre eles, o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Moreira Sousa, e do secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wollf Barreiros.
Entre terça-feira (27/2) e esta manhã, a CPI da Braskem aprovou mais de 40 requerimentos de solicitação de informações, esclarecimentos e convocações. “Entre 33 e 35 requerimentos aprovados foram de solicitação de informações a diversos órgãos, como de controle ambiental, controle imobiliário, Ministério Público e vários outros que se envolveram ao longo desses 48 anos de mineração na mina de sal-gema de Maceió”, detalhou Rogério Carvalho (PT-SE).
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Na próxima terça-feira (5/3), a Comissão vai ouvir o engenheiro civil, geotécnico e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas Abel Galindo Marques; o doutor e ativista em ecologia e pós-doutor em meio ambiente, e vítima da evacuação dos bairros atingidos pela mineração José Geraldo Marques; e a especialista e professora da Universidade Federal de Alagoas Natallya de Almeida Levino.
“Na próxima semana nós teremos representantes das universidades, que devem dar contribuição para explicar, com mais detalhes técnicos, o problema. Na quarta-feira teremos aqui representantes de órgão que fizeram estudos e da AGNM, que é, no momento, o atual presidente, que estava à frente da agência no momento do ocorrido”, explicou Carvalho. De acordo com o relator da CPI, um dos principais objetivos da Comissão é assegurar a justa reparação aos afetados pelos danos ambientais iniciados em 2018 em Maceió.
Nas próximas terça e quarta-feira (5 e 6/3), será concluída a primeira etapa dos trabalhos da CPI, que consiste em buscar esclarecimentos técnicos. “A partir da terceira semana, iniciaremos o trabalho de avaliação de quem foi negligente, conivente, quem mandou fazer, quem desrespeitou os limites da mina. Vamos para a explicação do problema, explicar como o problema se constituiu ao longo dos anos. Por fim, vamos tratar dos acordos para reduzir os danos”, afirmou Carvalho.
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