O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, apareceu na manifestação pró-Bolsonaro na Avenida Paulista na tarde deste domingo (25/2). A expectativa é de que o política não fosse ao ato, pois, assim como o ex-presidente, também é investigado no âmbito da Operação Tempus Veritatis e, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, os dois não podem se encontrar. Se isso acontecer, ambos podem sair de lá presos.
A Operação Tempus Veritatis foi deflagrada pela Polícia Federal quatro dias antes da convocação e investiga organização criminosa que atuou na tentativade efetuar um golpe de Estado. Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes e suspensão do exercício de funções públicas.
Além de Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto, são alvos da operação o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto; o general Augusto Heleno; os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, e diversos militares e aliados políticos do ex-presidente da República. Em depoimento na última semana, na Polícia Federal em Brasília, o ex-presidente se manteve em silêncio.
Governadores e deputados participam de ato
Ao menos quatro governadores marcam presença no ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista neste domingo (25/2). Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Ronaldo Caiado (União), de Goiás; e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, estão entre a multidão de bolsonaristas que se manifestam na principal avenida da capital paulista, convocados pelo próprio ex-presidente.
O senador Izalci Lucas (PSDB/DF) também está presente, além de várias deputados distritais: o líder da bancada o PL na Câmara Legislativa, Joaquim Roriz Neto; Thiago Manzoni (PL); Iolando Almeida (MDB); Paula Belmonte (Cidadania); Pastor Daniel de Castro (PP); e Roosevelt Vilela (PL). Entre os deputados federais pelo DF, são presenças confirmadas Bia Kicis, presidente do PL no DF, e Alberto Fraga (PL).
- Bolsonaro pretende utilizar ato deste domingo como demonstração de força
- Deputados distritais chegam à Paulista para ato pró-Bolsonaro
Cerca de 2 mil policiais devem fazer a segurança do ato.
Convocação para demonstrar força política
Bolsonaro convocou o ato há pouco mais de 10 dias, em vídeo publicado nas redes sociais, em que define o evento como um "ato pacífico em defesa do Estado Democrático de Direito". O ex-presidente pediu que os militantes vistam verde e amarelo, mas que não levem faixas com críticas a ninguém.
O ato ocorre em meio a investigações que ameaçam o político, que está inelegível, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como mostrou o Correio, em razão do cenário delicado, Bolsonaro foi orientado a evitar "radicalização" durante o ato e, portanto, a não atacar ministros do Supremo ou políticos da oposição. Na quinta-feira (22), após o depoimento à PF, o advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten, afirmou que a expectativa para a manifestação era "a melhor possível”. "Bolsonaro terá uma grande oportunidade de fazer um balanço do seu governo, uma retrospectiva", disse.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br