O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a guerra travada por Israel no território palestino da Faixa de Gaza. Lula foi categórico e afirmou que o "que o governo de Estado de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio".
As falas ocorreram durante evento no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (23/2), onde elevou o tom contra o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.“O que o governo de Israel está fazendo contra o povo palestino não é guerra, é genocídio. Crianças e mulheres estão sendo assassinados. São milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas e não está morrendo soldados, estão morrendo mulheres e crianças dentro dos hospitais, se isso não é um genocídio, eu não sei o que é genocídio”, disse o presidente.
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O presidente voltou a defender a solução de dois estados soberanos e apontou que não mudará de ideia sobre a necessidade de se cobrar a paz na região e questionar a operação militar do estado judeu. "Da mesma forma que eu disse quando estava preso que eu não aceitaria acordo para sair da cadeia e que eu não trocaria a minha liberdade pela minha dignidade, eu digo: não troco a minha dignidade pela falsidade. Eu sou favorável a criação do Estado Palestino livre e soberano. Que possa esse Estado Palestino viver em harmonia com o Estado de Israel", disse.
Sobre as críticas recebidas pelo governo e chancelaria de Israel, Lula disse que o povo não deveria interpretar o discurso pelas declarações do líder israelense, e sim ler o que ele realmente disse. “Não tente interpretar a entrevista que eu dei na Etiópia, leia a entrevista ao invés de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel”, disparou o presidente.
Conselho de Segurança
Voltando a defender a necessidade de reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Lula foi duro quanto ao atual estado da entidade, que disse não ter uma prática democrática, “porque a lógica da ONU não é agir de forma democrática”, emendou.
“O Conselho de Segurança hoje não representa nada, não toma decisão para nada, e não faz paz em nada”, criticou.
Para o presidente, a construção da paz e a superação da fome no mundo só pode ser alcançada se o órgão das Nações Unidas for mais democrático e a classe política deixar de ser hipócrita. “Somente quando a gente tiver um conselho da ONU democrático, com mais representação política, e quando a classe política deixar de ser hipócrita e tiver coragem de encarar as verdades”, apontou Lula.
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