O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo fiscal e bancário do deputado André Janones (Avante-MG). O parlamentar é suspeito de realizar um esquema de rachadinha no gabinete, ou seja, de ficar com parte do salário da própria equipe.
A autorização concedida por Fux também envolve atuais assessores e ex-assessores do deputado. A quebra dos sigilos atende um pedido da Polícia Federal (PF), que contou com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em uma mensagem de áudio, o parlamentar diz que parte dos assessores teriam de devolver recursos recebidos como salário para quitar dívidas adquiridas na campanha eleitoral de 2016.
- Ex-assessor de Janones diz à PF que estava bêbado quando falou de repasse
- PGR é favorável à quebra de sigilos bancário e fiscal de André Janones
O inquérito aberto para apurar o caso tramita no Supremo desde o último trimestre do ano passado. A PF aponta que "as diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado André Janones".
A corporação aponta que os assessores negam envolvimento em qualquer esquema de rachadinha. No entanto, os investigadores avaliam que existem contradições nos depoimentos.
"Embora os assessores neguem envolvimento no esquema de 'rachadinha', as discrepâncias em seus depoimentos evidenciam a necessidade de um aprofundamento nas investigações . Afinal, é crucial considerar que todos os assessores investigados ainda mantêm vínculos com o deputado André Janones, dependendo de seus cargos ou para a sua sobrevivência política ou para a sua subsistência", completa o relatório da autoridade policial.
A quebra de sigilo ocorre para avaliar se de fato ocorreram transferências dos assessores para contas de Janones.
O Correio tenta entrar em contato com a equipe de Janones para comentar sobre a decisão de Fux. Em caso de resposta o texto será atualizado.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br