O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se, nesta quarta-feira (21/2), com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, um dia depois de os Estados Unidos contestarem as declarações do líder brasileiro que comparou a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto.
Blinken, cujo cargo é equivalente ao de ministro das Relações Exteriores, desembarcou nesta terça-feira em Brasília e, após encontro com Lula, seguirá para a Cúpula de Chanceleres do G20, no Rio de Janeiro.
Horas antes da chegada dele ao Brasil, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, foi questionado pela imprensa norte-americana sobre as declarações de Lula. "Obviamente, nós discordamos desses comentários. Fomos bem claros que não acreditamos que ocorreu um genocídio em Gaza. Queremos ver o fim do conflito assim que for prático, queremos ver o aumento da ajuda humanitária para os civis em Gaza, mas não concordamos com esses comentários", enfatizou Miller.
Os Estados Unidos são o principal aliado do governo de Benjamin Netanyahu. Nesta terça-feira, vetaram, pela terceira vez, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma proposta de cessar-fogo na guerra Israel-Hamas. O Brasil, por sua vez, vem votando a favor das resoluções propostas para cessar os ataques.
A tensão diplomática envolvendo a guerra na Faixa de Gaza é um dos principais itens da pauta do G20.
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Maduro
A Venezuela também deve ser tema central das discussões, por dois motivos. O primeiro é o movimento de Nicolás Maduro para anexar a região de Essequibo, que pertence à Guiana. O presidente venezuelano ameaçou uma invasão militar após plebiscito favorável, obrigando o Brasil a mobilizar tropas na fronteira. Além disso, Maduro vem descumprindo acordo feito com os Estados Unidos para garantir eleições democráticas neste ano, de acordo com o governo americano.
O tratado prevê que candidatos da oposição possam participar livremente do pleito, o que o governo venezuelano não vem permitindo. O Brasil também participou das negociações do acordo, que inclui o fim de sanções contra a Venezuela, mas ainda não cobrou publicamente Maduro.
O chanceler americano fica no país até sexta-feira, quando segue para a Argentina para uma reunião com o presidente Javier Milei.
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