O Exército afirmou que as "providências" contra os alvos da operação Tempus Veritatis da Polícia Federal "serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas".
Em nota divulgada na noite desta segunda-feira (12/2), o Exército informou que "enquanto instituição que prima pela legalidade e pela harmonia entre os demais entes da República, vem colaborando com as autoridades policiais nas investigações conduzidas. As providências, quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas acerca do assunto."
A operação foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) no último dia 8 por autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e investiga uma organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. O ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores de Bolsonaro são investigados.
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Na data, ao comentar a presença de generais entre os alvos da PF, o ministro da Defesa, José Múcio, se limitou a dizer que "cabe às Forças Armadas apoiar a decisão da Justiça". No mesmo dia, o Centro de Comunicação Social da Marinha emitiu uma nota afirmando que “não se manifesta sobre processos investigatórios em curso, sob sigilo, no âmbito do Poder Judiciário. Consciente de sua missão constitucional, a MB, Instituição nacional, permanente e regular, reafirma que pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência", dizia o texto da Força Naval.
Uma das medidas tomadas foi a escolta, dos Estados Unidos até o Brasil, do coronel Bernardo Romão Corrêa Netto. Ele foi preso no domingo (11), após desembarcar no Brasil, e foi levado para o Batalhão da Guarda Presidencial. Ele estava em Washington, nos Estados Unidos, e foi alvo de um mandado de prisão expedido por Moraes, no âmbito da operação Tempus Veritati. Ele deveria ter sido preso na quinta-feira (8).
Romão estava em solo norte-americano realizando um curso de defesa. O coronel é peça central na investigação, e apontado como "homem de confiança" do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Ele teria contribuído na disseminação de notícias falsas contra o sistema eleitoral, em ataques e pressões a militares que não aderiram à retórica golpista, e organizou uma reunião em Brasília com integrantes das Forças Especiais, os Kids Pretos, das quais também é membro, para tratar das ações que seriam tomadas no caso de consumação do golpe, como a prisão de autoridades.
As investigações apontam que ele foi o responsável por intermediar os convites para o encontro, selecionando homens da força terrestre especializados em operações especiais, na atuação em ataques contra infraestrutura, como pontes e torres de transmissão de energia.
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