A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sob efeito de medidas cautelares restritivas por ordens do ministro Alexandre de Moraes desde a manhã desta quinta-feira (8/2), divulgou um vídeo esclarecendo a posição do investigado sobre as acusações detalhadas na decisão do magistrado, que se tornaram públicas na quinta-feira (8/2).
Segundo o advogado de Bolsonaro Paulo Cunha Bueno, a chamada “minuta do golpe”, encontrada em endereços ligados a ele, não se tratava e não vinculava o ex-presidente a um golpe de Estado. Na sua defesa, o documento era apenas uma minuta que se encontrava armazenada no telefone do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que foi objeto de apreensão em maio do ano passado, por ocasião de sua prisão.
Ainda de acordo com o advogado, o ex-chefe do executivo havia solicitado uma impressão do documento após a sua divulgação em larga escala, na data de 18 de outubro de 2023, para entender o seu conteúdo. Bueno afirma que Bolsonaro pediu que o documento fosse impresso por não estar familiarizado com a leitura em smartphones.
“Recebido o documento em seu telefone celular, o presidente, que não é adepto de leitura na tela pequena, na tela diminuta de um celular, solicitou à sua assessoria que procedesse a impressão em papel do documento. E assim foi feito”, contou o advogado.
Portanto, para a defesa do ex-presidente, o documento apreendido ontem pela Polícia Federal é o mesmo que o advogado havia impresso para Bolsonaro em outubro do ano passado. “Esse episódio ratifica mais uma vez que o ex-presidente não tinha ciência ou qualquer envolvimento na confecção de minutas que pudessem atentar de alguma forma contra o Estado Democrático de Direito”, sustentou o advogado.
Ex-presidente é alvo da PF
O ex-presidente é um dos alvos da operação da Polícia Federal batizada de “Tempus Veritatis” (a hora da verdade, em latim), deflagrada na manhã de ontem (8/2) em nove estados e no Distrito Federal. A polícia investiga se Bolsonaro participou ativamente na confecção de uma chamada ‘minuta do golpe’ - documento que detalharia o plano de um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Além de Bolsonaro, outras 48 pessoas estão sendo mantidas sob medidas cautelares restritivas de direito diversas da prisão preventiva. A operação ainda prendeu quatro envolvidos com o suposto golpe, além de 33 buscas e apreensões em todo o país.
*Estagiário sob a supervisão de Talita de Souza
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