O ex-ministro da Justiça Anderson Torres discursou contra o sistema eleitoral em uma reunião que ocorreu em Brasília, em 7 de julho de 2022. No encontro, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus ministros realizaram declarações de teor golpista.
Um vídeo gravado na reunião foi recuperado pela Polícia Federal em um computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. As imagens estavam sob sigilo, mas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu permitir a liberação do vídeo que é usado em um inquérito aberto na corte.
Durante o encontro, Torres coloca em dúvida a segurança do sistema eleitoral e diz que é necessário "atuar agora". As declarações dele ocorreram após Bolsonaro afirmar que não confiava no resultado da eleição, acusar o PT e o TSE de tentarem manipular o pleito e dizer que seria necessário ser mais enérgico.
“Realmente é ameaça aberta o que está acontecendo. Qualquer um digita senha no celular aqui para transferir 300 reais e fica preocupado de descobrirem a senha. Quem dirá em um sistema deste tamanho. A gente precisa atuar agora. Não estou querendo atropelar ninguém. Mas precisa ter algum tipo de observação nisso", disse Torres.
Em seguida, sem provas, ele fez declarações falsas sobre a ligação do PT com o Primeiro Comando Capital (PCC). “Nós temos que ter muito cuidado. Nós estamos ai desentranhando a velha relação do PT com o PCC", completou ele.
Torres também alegou que a Polícia Federal, que na época estava subordinada a ele, fez recomendações sobre o sistema eleitoral que não foram adotadas. Anderson Torres era Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no dia 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.
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