Para o senador Rogério Marinho (PL-RN), a defesa da democracia brasileira exige um processo isento, mas entende que isso não está acontecendo nas ações que investigam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para o senador, existe uma perseguição no Judiciário, por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator do inquérito e uma das autoridades supostamente monitoradas pelo esquema de inteligência paralela que teria existido no governo anterior.
“Não é possível nós assistirmos a uma investigação em que a pretensa vítima presida esse inquérito. Não é possível nós imaginarmos que haja imparcialidade nesse processo. As ações espetaculares que estão se sucedendo mostram que há uma espécie de método, e isso é intolerável, porque fragiliza a democracia. A ação do PL é da mesma gravidade, nós estamos falando do maior partido de oposição”, disse Marinho.
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Para Marinho, a atual ação parece uma tentativa de tirar o PL da campanha municipal deste ano. “Querem acabar com o PL”, disse o senador. Marinho questiona como o partido poderá seguir as negociações para a campanha eleitoral com o presidente de honra, Jair Bolsonaro, e o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, sem poder se falar.
“Vocês têm que entender que nós estamos em um ano eleitoral. O PL tem uma previsão de fazer muitos prefeitos e muitos vereadores em todo o Brasil. É claríssima a espetacularização e o uso da Justiça. Esse consórcio do Executivo com o Judiciário para enfraquecer a direita, já estão pedindo o fechamento do Partido Liberal”, disse o senador Jorge Seif (PL-SC).
Para o senador Magno Malta (PL-ES), o objetivo do ministro Alexandre de Moraes é perseguir o ex-presidente Bolsonaro. O senador ainda sugeriu que o apoio de Bolsonaro seria maior que o obtido por ele nas últimas eleições. “Mais de 60% dos brasileiros apoiam Bolsonaro”, disse.
“Eles querem chegar a Bolsonaro, esse é o alvo, as narrativas estão sendo montadas para isso”, disse Malta.
O ex-vice-presidente e senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que conhece o general Augusto Heleno há mais de 50 anos e apostou na inocência do militar reformado. “Pelo conhecimento que tenho do general Heleno, ele não se envolveria com isso.” Mourão também justificou a declaração anterior onde disse que as “Forças Armadas não podem se omitir”, apontando que espera que as Forças Armadas investiguem todos os supostos crimes que envolvem militares.
“Existe a Justiça Militar, nós temos militares que eventualmente podem ter cometido crimes em função militar, então isso é objeto que o Exército deveria ter aberto, há muito tempo, um inquérito policial militar e estar conduzindo essa investigação”, disse o senador.
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