A Polícia Federal (PF) cumpre, nesta quinta-feira (8/2), mandados de busca e apreensão e prisão contra uma suposta organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro na Presidência. Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), obtida pelo Correio, militares se reuniram em um apartamento na Asa Sul para debater apoio a manifestações antidemocráticas.
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O documento afirma que o major do Exército Rafael Martins, preso na operação, assim como o coronel Marcelo Costa Câmara e Filipe Martins, ex-assessores de Bolsonaro, participou em 12 de novembro de 2022 de uma reunião em que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, bem como outros militares investigados estavam presentes.
No encontro, que teria acontecido em um “edifício residencial utilizado por vários militares que integravam o governo do então presidente Jair Bolsonaro”, o grupo iria “tratar de assuntos relacionados à estratégia golpista”.
Dois dias depois, em 14 de novembro de 2022, Rafael Martins e Mauro Cid teriam trocado mensagens, falando sobre a “necessidade de recursos financeiros”.
“O ajudante de ordens solicita que o mesmo faça estimativa de custos com hotel, alimentação e material e pergunta se a quantia de R$ 100.000,00 (cem mil reais) é suficiente. Rafael responde que sim e é orientado por Cid a trazer pessoas do Rio, provavelmente se referindo à cidade do Rio de Janeiro”, afirma o documento.
“Fortes indícios”
O major do Exército, de acordo com a decisão de Moraes, no dia das manifestações (15 de novembro), encaminhou a Cid um documento protegido com a senha “Copa 2022” em que declara estar “com as necessidades iniciais”, pelo aplicativo de mensagens WhatsApp, e orienta que apague posteriormente, “com o objetivo de suprimir as provas dos ilícitos praticados”. “Cid novamente questiona sobre a estimativa do valor total ao que Rafael reitera a quantia de R$ 100.000,00 (cem mil).”
Moraes argumenta que o diálogo revela “fortes indícios” de envolvimento direto de Rafael Martins “direcionando os manifestantes para os alvos de interesse dos investigados, como STF e Congresso Nacional, além de realizar a coordenação financeira e operacional para dar suporte aos atos antidemocráticos”.
O ministro afirma que há “novos indícios de arregimentação e utilização de integrantes das Forças Especiais (FE) do Exército, especializados em atuação em ambientes hostis, negados ou politicamente sensíveis para subverter o Estado Democratico de Direito”.
Ex-ministros de Bolsonaro, bem como o próprio ex-presidente, são alvos de busca e apreensão, dentre eles Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também é alvo da PF.
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