A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (8/2), o ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência no governo de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, e o ex-ajudante de ordens coronel Marcelo Câmara. As prisões foram feitas no âmbito da operação Tempus Veritatis, que apura sobre uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, a fim de obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
Filipe Martins era considerado um dos mentores do chamado "gabinete do ódio" — grupo que usava as redes sociais para disseminar desinformações e mentiras sobre vários assuntos e inimigos do ex-presidente. Já Marcelo Câmara é citado em investigações, como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro.
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Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
De acordo com o blog da Daniela Lima, do g1, outros alvos de mandados de busca são Braga Netto, Augusto Heleno, os ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro da Defesa Anderson Torres, além de outros militares e aliados políticos de Bolsonaro.
A investigação apurou que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação. O segundo eixo teria consistido na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
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