O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu, nesta quarta-feira (31/1), que o governo vai atuar firme contra a “indústria multinacional do crime organizado”. O chefe do Executivo afirmou que, com Ricardo Lewandowski à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), vai buscar formas de “jogar pesado” contra as organizações criminosas e cobrou iniciativas de “países ricos”.
“O crime organizado hoje não é uma coisa fácil de combater, porque o crime organizado virou uma grande indústria multinacional, maior que a General Motors, maior que a Volkswagen, maior que a Petrobras. É uma coisa muito poderosa”, destacou o presidente.
Lula ressaltou que uma das dificuldades de lutar contra as facções ocorre porque esse tipo de crime se institucionalizou e infiltrou nos mais diversos campos da sociedade. “O crime organizado está na imprensa, na política, no judiciário, no futebol, nos empresários, eles estão em tudo quanto é lugar do planeta Terra", pontuou.
"E é uma coisa tão difícil que muitas vezes um país rico, como os Estados Unidos, acha que combater a droga será resolvida colocando base militar na Amazônia ou na Colômbia. O problema não é de droga, é saber como um país rico vai cuidar dos usuários", completou. O presidente cobrou que países desenvolvidos encontrem formas de lidar com os usuários de drogas, para, assim, enfraquecer o tráfico.
Lula ressaltou que, ao contrário dos usuários de crack, que andam como “zumbis”, os que fazem consumo de cocaína “lidam com milhões”, ou seja, fortalecem uma rede milionária. O mandatário ainda lembrou que o narcotráfico é bem estruturado, o que facilita o envio dessas drogas para todo o mundo.
Segundo o presidente, o governo ainda não sabe como enfrentar esse problema, mas uma das melhores alternativas é investir em inteligência, “porque pegar essa gente é sempre mais complicado". Lula também defendeu a necessidade de “humanizar o pequeno crime, cometido por pessoas mais humildes” e, por outro lado, adotar medidas mais duras contra o crime organizado.
As declarações de Lula foram dadas em coletiva de imprensa, na manhã desta quarta-feira (31/1), no Palácio do Planalto. Na ocasião, o ministro Flávio Dino apresentou um balanço dos resultados na Segurança Pública em 2023 e respondeu perguntas de jornalistas. Estavam presentes no evento, além do presidente e do próximo magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Lewandowski, o ministro da Defesa José Músico e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social Paulo Pimenta.
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