A deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), criticou, nesta terça-feira (30/1), a queda do Brasil no ranking do Índice de Percepção da Corrupção (IPC), da organização Transparência Internacional. O país caiu 10 posições na lista deste ano, ocupando a 104ª colocação entre os 180 países avaliados.
Para a petista, a organização “tem longa trajetória de desinformação sobre os governos do PT, mas no relatório anual divulgado ontem passaram dos limites”.
“Acusar de retrocesso a indicação dos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino ao STF [Supremo Tribunal Federal], além da escolha de Paulo Gonet para a PGR [Procuradoria-Geral da República], revela apenas a má vontade e a oposição política da ONG a Lula e ao PT”, reclamou Gleisi no X (antigo Twitter).
Pela análise da Transparência Internacional, a “reconstrução do pilar jurídico ainda vem sendo negligenciada frente ao desmonte promovido durante o governo Bolsonaro”.
A entidade aponta que a nomeação de Zanin, que foi advogado de defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos processos da Lava-Jato, e a escolha de Gonet, que não estava na lista tríplice, “evidenciam que muito ainda precisa ser feito para resgatar a autonomia do sistema de Justiça”.
“Queriam que Lula indicasse procurador-geral e ministros lavajatistas? Expliquem antes quem financia vocês, abram suas contas, expliquem os negócios em que se envolveram com [Sergio] Moro e [Deltan] Dallagnol. Poucos saíram tão desmoralizados das investigações sobre os crimes da Lava-Jato quanto a tal Transparência Internacional, que de transparente só tem o nome. As investigações sérias revelaram que a TI foi não apenas cúmplice de Sergio Moro e Dallagnol na perseguição a Lula e ao PT: seus dirigentes tornaram-se sócios nas tentativas da dupla de se apropriar de recursos públicos ilegalmente, o que foi felizmente barrado pelo STF”, completou a deputada.
Abaixo da média global
Segundo a Transparência Internacional, os 36 pontos alcançados pelo Brasil em 2023 representam um desempenho ruim, pois colocam o país abaixo da média global, que é de 43 pontos, da média regional para as Américas (43 pontos), da média dos Brics (40 pontos) e ainda mais distante da média dos países do G20 (53 pontos) e da OCDE (66 pontos).
"Os anos de Jair Bolsonaro na Presidência da República deixaram a lição de como, em poucos anos, podem ser destruídos os marcos legais e institucionais anticorrupção que o país levou décadas para construir, e o primeiro ano de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência deixa a lição de como é (e ainda será) desafiadora a reconstrução", pontua a entidade.
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