O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), alvo de operação da Polícia Federal nesta segunda-feira (29/1), é investigado por ter relação com um esquema ilegal de monitoramento de autoridades públicas e outros cidadãos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em 2020, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno já havia falado da intenção do filho do ex-presidente de criar uma “Abin paralela”.
Em entrevista ao programa Roda Viva em março de 2020, Bebianno disse que Carlos apresentava um comportamento instável e agressividade e comentou que o gabinete do ódio estar no Planalto foi uma pressão de Carlos sob Jair Bolsonaro. Ele afirmou que o vereador tinha várias ideias e "um dia", chegou com nomes de policiais para criar uma Abin paralela.
“Um belo dia o Carlos me aparece com o nome de um delegado federal e três agentes que seriam uma ‘Abin paralela’ porque ele não confiava na Abin”, comenta Bebianno. O ex-presidente do PSL diz que ele e o general Santos Cruz aconselham o presidente a não ir para frente com o programa de monitoramento, e acrescenta que saiu do governo sem saber se o programa continuou ou não.
Veja o momento em que ele relata o plano de Carlos:
Segundo ele, o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, a quem a Abin era subordinada, também tinha conhecimento do plano de Carlos.
Questionado, Bebianno acreditava que a ‘Abin paralela’ serviria para monitorar e criar dossiês sobre adversários políticos e jornalistas. “Eles não confiam em ninguém. Existe uma paranoia familiar de não confiar em ninguém”, lembra Bebiano.
O advogado também lembrou que Bolsonaro (PL) não se opôs à instalação da instrumentalização política da Abin, desviou o assunto e teve uma postura passiva
Bebianno morreu 11 dias depois da entrevista. O ex-ministro de Jair Bolsonaro e pré-candidato a prefeito do Rio, passou mal em casa, em Teresópolis, Região Serrana do Rio.
No governo, Bebianno ocupou a Secretaria-Geral da Presidência durante um mês e 18 dias. Ele foi o pivô da primeira crise política do governo Bolsonaro, gerada pela suspeita de que o PSL fez uso de candidatura "laranja" nas eleições de 2018.
Na época, o ex-ministro afirmou na época que foi demitido do cargo pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho de Jair Bolsonaro.
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