O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com o ministro da Educação, Camilo Santana, nesta sexta-feira (26/1), para assinar o decreto do programa Pé de Meia no Palácio do Planalto. O texto, obtido com exclusividade pelo Correio, determina que sejam depositados R$ 200 mensais para cada estudante durante 10 meses de cada ano do ensino médio. Na ocasião, o petista defendeu o orçamento da educação como "investimento", e não "gasto".
"Esse dinheiro que estamos colocando em educação é para que ele não seja colocado no futuro em prisões. Estamos tentando dar uma chance para que a gente não permita que um jovem, por falta de perspectiva, vá para a droga, às vezes roubando o gás da casa dele para vender e comprar droga. Estamos tentando fazer algo antes que a gente perca esse jovem para o crime organizado", disse o presidente durante a reunião.
Lula enfatizou que "houve um tempo em que quem governava não se preocupava com a educação neste país", e que "mulheres e pobres não estudavam". O chefe do Executivo destacou ter "orgulho" de ser "o presidente que mais colocou jovem no ensino superior".
E comentou sobre a viagem que fez ontem a São Paulo, no aniversário da capital, que também marcou o início das comemorações dos 90 anos da Universidade de São Paulo (USP). Considerou, então, uma vitória existir diversidade em uma universidade que, antes, era "só para brancos e ricos". "Ter na melhor universidade brasileira gente preta, indígena, mulher, pobre... isso significa que nos estamos caminhando corretamente", apontou.
"Aqui, no Brasil, tentamos trabalhar a educação e sempre está faltando alguma coisa. Há sempre algum problema na educação. E o mais grave: os maiores problemas se dão no ensino fundamental e no ensino médio, sobretudo quando a gente descobre que quem está na escola, no 3º e 4º ano (do fundamental), continua analfabeto", acrescentou.
Alfabetização infantil
O ministro da Educação, por sua vez, aproveitou para falar da importância do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada nas escolas. "Quando a criança não aprende a ler e a escrever na idade escolar, ela aumenta a evasão, a repetência", afirmou.
"Precisamos focar em garantir a alfabetização das crianças deste país. Temos que ter ideia não de política de governo, mas política de Estado. 61,3% das crianças brasileiras tiveram baixo desempenho em língua portuguesa no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb)", comentou Santana.
O governo federal garante que até 2026 serão destinados R$ 3 bilhões ao programa Pé de Meia, sendo que R$ 622 milhões já foram repassados. Todos os estados e o Distrito Federal aderiram ao compromisso, bem como 99,2% dos municípios.
Entre as ações do programa federal está o "esforço" de formação de professores para educação infantil e distribuição de acervos literários para creches e pré-escola.
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