A ministra da Igualdade Racial, Aniele Franco, disse que é “dever do Estado brasileiro” elucidar o assassinato da sua irmã, a ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol), e do motorista Anderson Gomes. Nesta terça-feira (23/1) o portal The Intercept Brasil divulgou informações da delação premiada do atirador Ronnie Lessa.
Policial militar reformado, Lessa é acusado de ser autor dos disparos contra Marielle e Anderson no dia 14 de março de 2018. Ele teria apontado o ex-deputado estadual e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, como um dos mandantes do crime.
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Anielle informou que a família aguarda os comunicados e resultados oficiais das investigações e “está ciente do comprometimento das autoridades”. “Recebi as últimas notícias relacionadas ao caso Marielle e Anderson e reafirmo o que dizemos desde que a tiraram de nós: não descansaremos enquanto não houver justiça”, disse a ministra.
Ao portal, o advogado do conselheiro do TCE-RJ, Márcio Palma, afirmou que não tem conhecimento da delação e que teve o acesso aos autos negado, sob a justificativa de que Brazão não era investigado. O conselheiro nega qualquer participação no crime.
A viúva de Marielle, Mônica Benício (PSOL), criticou o vazamento da suposta delação de Ronnie Lessa. “Estamos lidando com um dos criminosos mais perigosos do submundo do Rio de Janeiro. Qualquer informação que o delator venha a dar precisa ser respaldada e corroborada pelas investigações minuciosas do andamento do caso”, frisou Benício.
Também vereadora do Rio de Janeiro, Mônica destacou os avanços na investigação com a entrada da Polícia Federal no caso, em 2023. “Queremos respostas e justiça e para isso é necessário comprometimento e responsabilidade de todos nesse momento. Marielle e Anderson merecem respeito e um desfecho responsável para as investigações. O Brasil e a democracia precisam de uma resposta séria, inquestionável, comprometida com a verdade”, completou.