Política industrial

É preciso 'regar a indústria', diz Mercadante sobre incentivos ao setor

Presidente do BNDES rebateu críticas à política de industrialização do presidente Lula e defendeu o investimento público como forma de impulsionar o crescimento da economia brasileira

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, defendeu, nesta segunda-feira (22/1), o investimento público na indústria, como forma de fomentar a economia brasileira. O economista rebateu, no lançamento do programa "Nova Indústria Brasil", críticas à política industrial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que o neoliberalismo “não resolveu o problema dos países emergentes e em desenvolvimento”.

“Nós não temos como reerguer a indústria brasileira sem uma nova relação entre Estado e mercado. Não é substituir o mercado, não é desacreditar da importância do mercado, que é uma instituição indispensável no desenvolvimento econômico", disse Mercadante.

O investimento público, por meio do BNDES, na indústria, tem sido alvo de críticas de economistas, que vêem uma repetição de velhas políticas.

Neoliberalismo

Em resposta, Mercadante afirmou que, para a economia do Brasil continuar em crescimento, “precisamos colocar a indústria no coração da estratégia”. “Ou a gente rega essa indústria ou nós não vamos ter um mercado de trabalho de emprego qualificado, com inovação em ciência e tecnologia. O Brasil é a nona economia, vai virar a oitava e pode ser mais do que isso. Mas sem indústria nós não chegaremos lá”, opinou o presidente do BNDES.

“Para ser um país menos desigual, mais moderno e mais dinâmico, nós precisamos colocar a indústria no coração da estratégia, essa é a orientação do presidente Lula, e é o que nós estamos fazendo e entregando", completou Mercadante.

O economista ainda citou o neoliberalismo, defendido pelos críticos da política de industrialização do governo Lula. “Todos os organismos multilaterais, hoje, fazem críticas abertas ao chamado Consenso de Washington, ao neoliberalismo, à ideia de Estado mínimo, desregulamentação, privatização, mostrando que isso não resolveu, sobretudo, o problema dos países emergentes e em desenvolvimento. Não resolveu”, ressaltou.

“Eu quero perguntar a esses que todos os dias escrevem dizendo que nós estamos trazendo medidas antigas: me expliquem a China. Por que a China é o país que mais cresceu no mundo durante 40 anos e, neste ano, (cresceu) 5,3%? Me expliquem a política econômica americana, de subsídio, de incentivo, de investimento público, atraindo empresas, inclusive empresas brasileiras que estão indo para lá por esses subsídios, que recebem na frente, em dinheiro do Tesouro”, provocou Mercadante.

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