A Polícia Federal aponta uma "forte ligação" do deputado Carlos Jordy (PL-RJ) com Carlos Victor de Carvalho — identificado como um dos líderes dos atentados de 8 de janeiro, em Brasília. Victor morava em Campos dos Goytacazes (RJ), era vereador suplente da Câmara Municipal da cidade e servidor da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que o parlamentar trocou mais de 600 mensagens, fotos, vídeos e outras mídias com Carlos Victor. As conversas ocorreram principalmente entre agosto e outubro de 2022, período eleitoral. Jordy foi alvo de mandados de busca e apreensão em Brasília. Ele teve o celular apreendido.
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De acordo com as investigações, após o ex-presidente Jair Bolsonaro perder as eleições, o acusado pediu orientações e autorizações ao parlamentar para deflagrar atos contra o resultado do pleito. Carlos Victor liderava cerca de 20 grupos de redes sociais com objetivos antidemocráticos — de acordo com as acusações.
Em uma das mensagens, o acusado pede orientações ao parlamentar. "Bom dia meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo", declarou. Jordy então responde perguntando se o acusado poderia atender uma ligação. A PF diz que Carlos Victor participou dos atentados em Brasília e, mesmo após foragido, manteve contato com o deputado.
"Foi apurado ainda no curso da investigação, quando da análise das mídias, de dados obtidos nas contas de e-mail ou em fontes abertas, foi possível colher indícios que Carlos Victor de Carvalho possui fortes ligações com o Deputado Federal Carlos Jordy, que transpassam o vínculo político, vindo denotar-se que o parlamentar, além de orientar, tinha o poder de ordenar as movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região", afirma a PF.
Pelas redes sociais, o congressista nega as acusações e diz que não participou da preparação e organização dos ataques. "Eu, em momento algum do 8 de janeiro, incitei, falei para as pessoas que aquilo ali era correto. Pelo contrário. Em momento algum eu estive nos quartéis-generais quando estavam acontecendo todos aqueles acampamentos. Nunca apoiei nenhum tipo de ato, tanto anterior ou depois no 8 de janeiro. Embora as pessoas tivessem todo o seu direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito", afirmou.
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