Marta Suplicy e Guilherme Boulos (PSol) selaram em um almoço de cerca de três horas de duração, neste sábado (13/1), a chapa para concorrer à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais deste ano.Fora do PT desde 2015, Marta vai se filiar novamente ao partido em fevereiro para entrar como vice do deputado federal na disputa.
O retorno de Marta e composição da chapa foi alinhavado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na última segunda (8), no Palácio do Planalto. Ela teve de deixar, em meio a uma saia justa, seu cargo na Secretaria de Relações Internacionais da gestão do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorrerá à reeleição.
Nunes é o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), motivo apontado para a ruptura entre Marta e o prefeito. Boulos se manteve discreto durante a semana, mas mudou o tom, após a reunião que ocorreu na casa da ex-futura petista, afirmando que ela “agrega profundamente para o projeto” que sua campanha deverá construir para a capital paulista.
“A Marta agrega experiência administrativa para este projeto que estamos construindo. Ela agrega uma amplitude, essa ideia de uma frente democrática pela cidade, que foi a razão da ruptura dela com o governo atual do Ricardo Nunes”, disse o deputado aos jornalistas, destacando que a saída da gestão foi “coerente com o que ela havia feito em 2022, quando apoiou Lula numa frente democrática”.
Segundo Guilherme Boulos, a conversa foi “extremamente amistosa, de troca de percepções e ideias sobre São Paulo” e que Marta está “animada” para entrar em campanha.
“Debatemos muito sobre os desafios das periferias de São Paulo, sobre as políticas públicas feitas pelo governo dela e pelos governos progressistas na cidade. Ela está muito animada para organizar e fazer campanha. Eu fiz um convite para a Marta, que foi prontamente aceito. Uma vez feito o processo de filiação e as confirmações que precisam ser feitas pelo Partido dos Trabalhadores, eu vou levá-la para um encontro com os movimentos sociais da cidade de São Paulo, para que tenha essa reconexão da Marta de volta ao PT e que retorne a sua relação com os movimentos sociais ou construir, provavelmente já em fevereiro”, antecipou ele.
A expectativa é que o evento de filiação ocorra em fevereiro e há a possibilidade de que ocorra no dia 10, quando o PT comemora 44 anos.
O ex-marido de Marta e deputado estadual por São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), defende que haja uma disputa prévia no partido para definir o vice de Boulos e defende o nome da vereadora Luna Zarattini para concorrer. No entanto, as chances de que isso ocorra é avaliada como baixa por membros da legenda.
Marta Suplicy foi prefeita de São Paulo, deputada federal e ministra dos governos Lula e Dilma Rousseff. No entanto, como senadora pelo MDB, votou à favor do impeachment de Dilma e afirmou, no auge da Operação Lava Jato, que o PT protagonizou “um dos maiores escândalos de corrupção da nação brasileira”, episódios que levam uma ala do partido a rejeitar a escolha de Lula.
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