A Embaixada do Brasil no Equador confirmou que o brasileiro Thiago Allan Freitas foi sequestrado por criminosos no país vizinho. Ele estava em Guayaquil, indo a uma concessionária, quando grupos criminosos iniciaram uma série de ataques pelo país, que envolveu sequestro de policiais, invasão de uma emissora de televisão e de prédios públicos e privados.
A informação sobre o sequestro do brasileiro foi confirmada pelo encarregado de negócios da Embaixada, Afonso Neri. De acordo com o ente diplomático, as autoridades do Equador estão empenhadas em encontrar a vítima. Inicialmente, os criminosos pediram resgate de U$ 8 mil (R$ 40 mil), em contato com a família de Thiago. Posteriormente, abaixaram o valor para U$ 4 mil (R$ 20 mil).
A família pediu ajuda pela internet para arrecadar o valor e pagou U$ 1500 (R$ 5 mil). No entanto, o homem não foi liberado pelos sequestradores. Guayaquil e outras regiões do Equador estão sob forte ataque de organizações criminosas desde que Adolfo Macias, mais conhecido como Fito, líder de uma das maiores facções criminosas do país, fugiu da prisão.
O presidente do Equador, Daniel Noboa, que assumiu o cargo em novembro, decretou "estado de conflito armado interno", que se assemelha a um estado de guerra. Ele mobilizou as forças armadas e reconheceu mais de 25 facções como terroristas.
Na terça-feira (10), criminosos armados invadiram a sede da TC Television, que estava transmitindo um telejornal ao vivo. Eles ameaçaram, agrediram jornalistas e fizeram os profissionais de imprensa de refém até que a polícia entrasse no local e conseguisse capturar os sequestradores.
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Desde 2018, a violência no Equador aumentou 800%. A taxa de mortes violentas passou de 6 para 46 por 100 mil habitantes entre 2018 e 2023. Os grupos criminosos ganharam força dentro das prisões e posteriormente se espalharam pela sociedade externa, se infiltrando inclusive no Estado. O vice-ministro do Esporte, Giovanny Cárdenas, renunciou nesta quarta-feira (10), após ser alvo de ameaças de morte contra ele e seus familiares.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira e com o assessor especial Celso Amorim para discutir a situação no país latino-americano, assim como o resgate do cidadão brasileiro alvo do crime organizado.