O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) voltou a usar as redes sociais para cobrar providências do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com uma solução para os problemas da segurança pública na capital fluminense. Nesta terça-feira (9/1), pela conta no X (antigo Twitter), Paes cobrou o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, uma ação para coibir a extorsão de milicianos a empreiteiras que realizam obras públicas na cidade.
“Recebi agora informações de que o crime organizado está pedindo dinheiro para a empreiteira responsável pelas obras do Parque Piedade aonde funcionava a antiga faculdade Gama Filho”, escreveu Paes, marcando os perfis da Polícia Federal e do secretário Cappelli.
Cappelli, uma hora depois, respondeu ao prefeito comentando a postagem de Paes na rede. O ministro disse que a situação está acontecendo em outras prefeituras do Estado do Rio e garantiu que a Polícia Federal vai “para cima ” desses milicianos.
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“Caro prefeito Eduardo Paes, temos recebido relatos iguais de outros prefeitos do Rio, infelizmente. O crime organizado destrói a economia e o desenvolvimento. A empreiteira não pode pagar nada, é inaceitável este estado paralelo. Vamos pra cima destes bandidos”, respondeu Cappelli.
Segundo a postagem de Eduardo Paes, os milicianos ameaçam paralisar obras da cidade que chegam ao valor de R$ 65 milhões, com uma "taxa" que os criminosos cobram das empreiteiras que chega a R$ 500 mil, para assim, permitir a continuidade dos trabalhos.
Nesta quarta-feira, Cappelli voltou ao assunto nas redes sociais, e marcando Paes, confirmou que já solicitou às equipes da Polícia Federal (PF) para participar na apuração do caso.
"Caro prefeito Eduardo Paes, a equipe da PF no Rio já em contato com a sua equipe colhendo informações. É inaceitável que criminosos dominem territórios e cobrem taxas de empresas e na casa de moradores. Simplesmente inaceitável. Vamos agir", garantiu o ministro em exercício.
Vale lembrar que, na prática, o assunto não é da competência nem da prefeitura da cidade, nem do governo federal, como a atuação de milícias não configura crime federal, o tema deve ser tratado pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, comandado pelo governador Claudio Castro (PL), partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Invertida
Não foi a primeira vez que o prefeito da capital fluminense, aliado de Lula, colocou o governo federal em uma saia justa nas redes sociais. Em outubro passado, ele cobrou diretamente o presidente da República, e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, quanto as obras de restauração de uma estação de trens da cidade.
"Bom dia, presidente Lula. Me entrega a velha e linda estação da Leopoldina que a gente recupera ela. Até topo pagar mas dado é melhor ainda. Bora? Com cópia para a ministra Esther Dweck", escreveu na época.
O prefeito do Rio acabou tomando uma invertida do presidente Lula que respondeu à cobrança do prefeito dizendo que ele poderia ligar para ele a qualquer momento, que não precisava usar as redes sociais.
"Querido Eduardo Paes, não precisa ser pelo Twitter, você sempre pode me ligar ou marcar uma conversa para falarmos e trabalharmos juntos pelo nosso Rio de Janeiro", disparou Lula.
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