ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Golpista preso pela PF fretou ônibus lotado de manifestantes para 8/1

Wagner Freire Ferreira Filho foi preso na operação Lesa Pátria, na manhã desta segunda, por envolvimento com os atos de 8 de janeiro

Um dos alvos da 23ª fase da operação Lesa Pátria da Polícia Federal, na manhã desta segunda-feira (8/1), é um microempresário da Bahia apontado por financiar um ônibus lotado de manifestantes, rumo a Brasília, para os atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado.

As investigações chegaram ao encalço de Wagner Freire Ferreira Filho após uma nota fiscal de R$ 5 mil entregue à Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), mostrar que o microempresário financiou a contratação de uma empresa de viagem, saindo de Salvador, para transportar manifestantes com destino a Brasília, para os atos de 8 de janeiro. Os investigadores querem esclarecer se Wagner obteve os valores por meio de “vaquinhas”, já que o mesmo não teria condições de bancar tudo sozinho.

Outra evidência contra o microempresário é que os investigadores encontraram registros datiloscópicos dele em uma esquadria de vidro do Salão Negro do Congresso Nacional. Wagner também é alvo de outra ofensiva, isso porque ele é um dos indiciados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Operação

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta segunda (8/1), 47 ordens judiciais contra suspeitos de financiar os atos antidemocráticos contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, há exato um ano. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Esta é a 23ª fase da Operação Lesa Pátria. Das 48 ordens judiciais, 46 são mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. Ainda foi autorizada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. De acordo com a Polícia Federal, a apuração é de que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar a R$ 40 milhões.

As ações são cumpridas no Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Maranhão, Paraná, Rondônia, São Paulo, Tocantins e Santa Catarina.

Segundo a PF, os crimes apurados são de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

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