Cerimônia

Ato de um ano dos ataques de 8/1 deve ser marcado por ausência da oposição

De olho no calendário eleitoral, vários governadores e parlamentares da oposição não vão prestigiar o ato de defesa da democracia nesta segunda-feira em Brasília

A solenidade desta segunda-feira (8/1) na Câmara dos Deputados para marcar o aniversário de um ano dos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, deve ser marcada pelo esvaziamento de políticos da oposição e de governadores de olho no calendário eleitoral deste ano, bem como de eleitores da direita. Apesar de ser um forte crítico do governo federal, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), é esperado para o ato desta tarde.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), indiretamente responsabilizado em declarações, na última semana, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelos ataques de um ano atrás, não comparecerá. Ibaneis justificou estar de férias, até o próximo dia 15, nos Estados Unidos. Outra ausência será a do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que cancelou a presença na solenidade onde discursaria, em razão de "problemas de saúde na família".

Mesmo sem comparecer, Lira fez questão de destacar a data nas redes sociais. “Há um ano, as sedes dos 3 Poderes da República foram atacadas e depredadas num ato de violência que merece ser permanentemente repudiado. Todos os responsáveis devem ser punidos com o rigor da lei, dentro do devido processo legal”, disse o parlamentar.

Outros governadores da oposição avisaram que não estarão no ato, como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL). Os governadores que fazem oposição a Lula, apesar de integrarem partidos da base do governo — com ministros na Esplanada — Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás, também anunciaram que não irão. Os políticos são cotados como possíveis candidatos da oposição ao atual governo nas eleições de 2026.

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), por sua vez, não tem viagem para Brasília prevista na agenda, mas ainda não confirmou ausência no ato organizado pelo governo federal.

Cerimônia

Na solenidade, prevista para começar às 15h de hoje, no Salão Negro do Congresso Nacional, estarão presentes o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Também discursará a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT-RN), em substituição a Ibaneis, representando o Fórum de Governadores.

A cerimônia, que seria chamada de Democracia Restaurada, provocou insatisfação entre congressistas. Por isso, o governo federal decidiu batizar o ato de “Democracia Inabalada”, mesmo nome usado em um slogan utilizado pelo STF em uma campanha institucional em 2023.

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