ARTIGO

8/1: Lula diz que democracia foi severamente testada, ao Washington Post

Presidente brasileiro escreveu um artigo no jornal americano. No texto, ele compara o 8 de Janeiro com as invasões no Capitólio americano, em 2021

Intitulado "O Brasil frustrou uma tentativa de golpe. Aqui estão nossas lições para o mundo", o artigo escrito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicado, nesta segunda-feira (8/1), no jornal americano The Washington Post, um dos mais conhecidos do mundo, diz que a democracia brasileira foi "severamente" testada pelos atos golpistas do 8 de Janeiro, que completam um ano nesta segunda-feira (8/1).

No texto, o presidente brasileiro compara as invasões aos prédios dos Três Poderes no Brasil com os episódios ocorridos no Capitólio, nos Estados Unidos, após a vitória do atual presidente, Joe Biden. Os dois eventos, de acordo com Lula, foram "movidos pela mentira e pela desinformação". "(Os vândalos) quebraram janelas e destruíram objetos históricos e obras de arte enquanto transmitiam suas ações pela internet", escreveu. 

Reprodução/The Washington Post - Trecho do artigo escrito pelo presidente Lula no jornal americano Washington Post

Diante disso, na avaliação de Lula, a democracia brasileira se fortaleceu. No artigo, ele aborda as ações do seu governo, além do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso para investigar e responsabilizar os culpados pelas invasões de 8 de Janeiro. 

"O sistema eleitoral brasileiro, internacionalmente reconhecido por sua integridade, foi questionado por aqueles que foram eleitos por meio desse mesmo sistema. Sem evidências, reclamaram sobre a urna eletrônica brasileira, assim como os negadores de eleições nos Estados Unidos reclamaram sobre a votação pelo correio. O objetivo dessas falsas reclamações era desqualificar a democracia para perpetuar o poder de maneira autocrática. Mas a democracia brasileira prevaleceu — e emergiu mais forte", escreveu o presidente.

Mundo

Além de escrever sobre o 8 de Janeiro, Lula fez um balanço das ações do seu primeiro ano de governo. No texto, ele abordou os combates à pobreza e ao desmatamento na Amazônia. "O desmatamento na Amazônia, que estava aumentando no governo anterior, caiu 50% em 2023 . Retomamos políticas de combate à pobreza como o Bolsa Família , que garante renda às mães que mantêm seus filhos vacinados e na escola". 

No artigo, o presidente também abordou dados que apontam crescimento econômico no país. "Nossa economia cresceu três vezes mais em 2023 do que o previsto pelo Fundo Monetário Internacional, e nos tornamos o segundo maior destino de investimento estrangeiro direto no mundo, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico", argumentou. 

Tecnologia

Quanto à disseminação de ideia autoritárias, as big techs foram apontadas como responsáveis por favorecer ambiente propicio ao fortalecimento do extremismo. Lula, no entanto, não comentou sobre o projeto de lei que regula o funcionamento das redes sociais e das Big Techs no país, conhecido como pl das Fake News.

"O modelo de negócio das Big Tech, que dá prioridade ao envolvimento e à procura de atenção, promove conteúdos inflamatórios e fortalece o discurso extremista, favorecendo forças antidemocráticas que operam em redes internacionalmente coordenadas", escreveu. A PL das Fake News está parada na Câmara e aguarda data para ser votada. Ainda não há consenso sobre a discussão deste projeto.

Além dos papel das Big Techs como ambiente propenso a disseminar desinformações, Lula falou como os avanços tecnológicos impactam na vida do trabalhador. "É ainda mais preocupante que a inteligência artificial , além de agravar a desinformação, possa promover a discriminação, causar desemprego e violar direitos", disse.

Essas questões que envolvem a tecnologia na vida das pessoas, escreveu Lula, impactam na sociabilidade e no funcionamento das democracias. "(Elas) estão integradas. O fortalecimento da democracia depende da capacidade dos Estados não só para enfrentar as desigualdades estruturais e promover o bem-estar da população, mas também para enfrentar os fatores que alimentam o extremismo violento", concluiu. 

Leia o artigo completo de Lula no The Washington Post. 

 

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