Vereadores estão retirando apoio ao pedido para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as ações de ONGs na região da Cracolândia, na cidade de São Paulo. O requerimento de Paulo Rubinho Nunes (União) é alvo de críticas desde que o vereador afirmou em suas redes que quer convocar o padre Júlio Lancellotti para “prestar esclarecimentos” sobre sua atuação social no bairro.
Pelo menos quatro vereadores já retiraram suas assinaturas. São eles Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade), Sandra Tadeu (União) e Thammy Miranda (PL), que promoveu uma live nas redes sociais na quinta-feira (4/1) com o padre, após repercussão nas redes sociais.
Thammy afirmou que o requerimento assinado não cita o padre Júlio e solicitou a sua “assessoria jurídica para fazer imediatamente a retirada do meu apoiamento”.
“Se tivessem me apresentado uma CPI [com] ‘vamos investigar o padre Júlio Lancellotti’, eu jamais teria assinado, porque o trabalho que o senhor faz, o trabalho que o senhor apresenta, é o que eu faço hoje em dia, que é cuidar de gente, cuidar de pessoas”, afirmou o vereador durante a live.
Ele rebateu críticas de que não teria lido o pedido da CPI, justificando “que ele (o projeto) mudou a finalidade". “Hoje ele se tornou uma CPI direcionada ao padre Júlio Lancellotti”, explicou.
O religioso, por sua vez, pontuou, na live, que considera “muito importante que possamos estar conversando juntos”. “Estou muito feliz em estar podendo falar com você.”
CPI
O requerimento, protocolado em dezembro do ano passado, traz a assinatura de 22 parlamentares. Nunes aponta no documento que a CPI irá “investigar as ONGs que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia”.
Na Câmara Municipal de São Paulo, para que uma CPI seja instalada, são necessárias 19 assinaturas.