POLÊMICA

Após Lula, Alckmin defende padre Lancellotti: 'Referência em todo país'

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o trabalho aos mais necessitados realizado pelo padre, afirmando que o trabalho dele é essencial "para dar algum amparo a quem mais precisa"

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) saiu em defesa do padre Júlio Lancellotti, nesta quinta-feira (4/1). Sem citar a tentativa de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) por parte de vereadores paulistas contra o sacerdote, Alckmin usou as redes sociais para classificar o trabalho de Lancellotti como "referência em todo o país".

"O @pejulio inspira, há 40 anos, aqueles que devotam suas vidas a acolher as irmãs e os irmãos brasileiros em situação de rua. Seu trabalho junto à Arquidiocese de São Paulo é referência em todo o país e dá vida aos valores cristãos da caridade, da compaixão e do amor ao próximo", escreveu, em legenda de uma foto onde aparece cumprimentando o religioso com um aperto de mãos.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o trabalho aos mais necessitados realizado pelo padre, afirmando que a atuação dele é essencial "para dar algum amparo a quem mais precisa". Na publicação, o petista usou uma foto onde aparece abraçado do religioso. 

"Graças a Deus a gente tem figuras como o @pejulio, na capital de São Paulo, que há muitos e muitos anos dedica a sua vida para tentar dar um pouco de dignidade, respeito e cidadania às pessoas em situação de rua. Que dedica sua vida a seguir o exemplo de Jesus. Seu trabalho e da Diocese de São Paulo são essenciais para dar algum amparo a quem mais precisa", apontou também por meio das redes sociais.

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, alegou que uma CPI contra o padre é "inacreditável" e "parece uma tentativa de perseguição a defensores da justiça social".

A Arquidiocese de São Paulo divulgou uma nota de repúdio contra a proposta da CPI e disse acompanhar o caso com perplexidade.

"Padre Júlio exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade. Reiteramos a importância de que, em nome da Igreja, continuem a ser realizadas as obras de misericórdia junto aos mais pobres e sofredores da sociedade", diz o documento.

A Câmara Municipal de São Paulo pretende abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham com pessoas em situação de rua. Um dos alvos da investigação é o padre Júlio Lancellotti. A CPI foi pedida pelo vereador Rubinho Nunes (União), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL).

O vereador argumentou que a comissão deve ser instalada para "investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia". O vereador classificou a atuação dessas ONGs como uma "máfia" que "explora a miséria no centro de São Paulo".

 

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