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Carlos Bolsonaro e Abin: o que se sabe sobre a investigação da PF

Agentes cumpriram mandados de busca contra filho do ex-presidente, suspeito de integrar "núcleo político" da "organização criminosa"

Jair Bolsonaro e o filho Carlos observam agentes que estiveram na casa da família, em Angra: documentos e equipamentos eletrônicos apreendidos -  (crédito: Reproduçõ/GloboNews)
Jair Bolsonaro e o filho Carlos observam agentes que estiveram na casa da família, em Angra: documentos e equipamentos eletrônicos apreendidos - (crédito: Reproduçõ/GloboNews)

Após se debruçar sobre o funcionamento do esquema de espionagem ilegal instalado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Polícia Federal aprofunda, agora, a participação do chamado "núcleo político" da organização criminosa. Segundo a corporação, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, integrava esse núcleo. Nesta terça-feira (30/1), está previsto um depoimento dele à PF.

As apurações apontam que o grupo era composto, também, por Luciana Paula Almeida e Priscilla Pereira e Silva. Os três agiam em conjunto com o Núcleo Alta-Gestão-PF, sob o comando do então diretor da Abin, Alexandre Ramagem, para monitorar indevidamente inimigos políticos. Além disso, buscaram informações sobre a existência de investigações relacionadas aos filhos do então chefe do Executivo. Luciana era assessora de Carlos; Priscilla assessorava Ramagem.

Nesta segunda-feira, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Carlos Bolsonaro, às assessoras e ao militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues, que atuava com Ramagem na Abin.

As ações contra Carlos ocorreram no Rio de Janeiro, em Angra dos Reis (RJ) e em Brasília. Quando as equipes policiais chegaram a Angra, pouco depois das 6h, o vereador não estava na casa de praia da família. De acordo com Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro, o parlamentar tinha saído por volta das 5h para pescar com o pai e irmãos numa região próxima.

Os agentes recolheram documentos; equipamentos eletrônicos, como computadores, celulares, e pen drives; e outros itens que podem ajudar nas investigações.

Os policiais aguardaram o retorno de Carlos e dos demais familiares para dar integral cumprimento à ordem expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Troca de mensagens

Os investigadores identificaram uma conversa no WhatsApp entre Luciana e Ramagem, representado por Priscilla, evidenciando que o filho do ex-presidente usava interlocutores para ter acesso a investigações sigilosas da corporação. 

Na mensagem, Luciana pede ajuda para obter informações sobre um inquérito que corria na Superintendência da PF, no Rio, cujos alvos seriam Jair Bolsonaro e três de seus filhos (Carlos, Eduardo e Flávio).

O diálogo consta na decisão de Moraes que autorizou as buscas e apreensões. O magistrado destacou que Carlos fazia parte de um núcleo político, com o objetivo de desvirtuar a Abin.

Apreensões

Nas buscas, foram apreendidos 10 celulares, três notebooks, um HD externo e uma arma na casa de Giancarlo Gomes Rodrigues, em Salvador.

O militar atuou em batalhões do Exército no Rio de Janeiro e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Michel Temer.

Na semana passada, o alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal foi Ramagem.

 

 

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postado em 30/01/2024 03:55 / atualizado em 30/01/2024 06:40
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