A Polícia Federal solicitou acesso e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou buscas em hotéis e motéis frequentados pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho "02" do ex-presidente Jair Bolsonaro. O magistrado também determinou busca pessoal em veículos, armários e eventuais portas falsas para enganar as autoridades.
De acordo com a Polícia Federal, uma conversa identificada no WhatsApp entre a ex-assessora de Carlos, Luciana Almeida, e o deputado federal Alexandre Ramagem — representado pela assessora Priscilla Silva, na época em que ele era chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) —, mostra que o vereador usava interlocutores para ter acesso a investigações sigilosas da corporação.
Na mensagem, Luciana pede ajuda para obter informações sobre um inquérito que corria na superintendência da corporação, no Rio de Janeiro, em que se suspeitava que os alvos eram Jair Bolsonaro e seus três filhos.
"Diante de todo o exposto, nos termos do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, defiro os pedidos e determino a busca e apreensão domiciliar (residencial e profissional) e pessoal de documentos, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, bem como de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos, inclusive, para que, caso não se encontre no local da realização da busca, proceda-se à apreensão de objetos e dispositivos eletrônicos de que tenha a posse, bem como a busca em quartos de hotéis, motéis e outras hospedagens temporárias onde o investigado tenha se instalado, caso esteja ausente de sua residência", escreveu Moraes.
As diligências desta segunda-feira miram o núcleo político da organização criminosa que se instalou na Abin. O foco são os destinatários de informações coletadas ilegalmente de 1,8 mil pessoas, entre elas deputados, jornalistas, advogados e ministros do Supremo. Nove mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, atendendo pedido da PF.
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