A cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pode ser demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A agência é investigada pela Polícia Federal (PF), que constatou um esquema de espionagem a opositores durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a PF, os "espiões" usavam o sistema de inteligência First Mile.
À época, o diretor da Abin era o atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ele foi alvo da PF, que fez buscas no gabinete do parlamentar, na quinta-feira (25/1). Ramagem nega as acusações. Durante as investigações, a PF constatou que havia, dentro da atual cúpula da Abin, integrantes que dificultavam as apurações.
Diante dessa suspeita, de acordo com informações da colunista Andreia Sadi, do portal g1, o governo avalia demitir o grupo que controla a agência. Outro ponto que corrobora a troca das chefias da Abin é a posição da PF, que nos bastidores — ainda segundo a jornalista —, classifica como "insustentável" a permanência do comando da Abin, que atualmente é representada pelo diretor-geral Luiz Fernando Corrêa e pelo diretor Alessandro Moretti.
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Investigação
Na busca e apreensão no gabinete e em endereços de Ramagem, a PF confiscou quatro computadores, seis celulares e 20 pendrives. Dentro do governo, o diretor-geral Corrêa tem a confiança de Rui Costa, ministro da Casa Civil. Rui é a pessoa responsável por bater o martelo sobre as demissões.
O Correio procurou a Abin para comentar sobre as insinuações de que a alta cúpula da agência dificultara as apurações da PF. A solicitação de respostas foi enviada por e-mail e a reportagem aguarda o posicionamento da Agência Brasileira de Inteligência.
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