O esquema de espionagem montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), investigado pela Polícia Federal, aponta que os envolvidos monitoraram a promotora de Justiça Simone Sibilio, que comandou a força-tarefa que investiga os homicídios da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O acesso a informações de Sibilio está registrado em documentos obtidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com decisão tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, que autoriza a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (25/1) para apurar o esquema de uma Abin paralela, a Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou documentos com as mesmas características dos montados pelos integrantes do esquema de espionagem ilegal.
"Em outra oportunidade, novamente, ficou patente a instrumentalização da Abin, para monitoramento da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora Marielle Franco e do motorista que lhe acompanhava, Anderson
Gomes. Os documentos elaborados sobre a autoridade pública teriam a mesma identidade visual dos apócrifos elaborados pela estrutura paralela da Abin, conforme destacado pela Polícia Federal", destaca Moraes, em um trecho do despacho.
"A estrutura paralela infiltrada na Abin sob a gestão do delegado Alexandre Ramagem estava a serviço, em verdade, do extrato político nacional. Os serviços realizados ainda não identificados em sua totalidade corroboram as premissas investigativas estabelecidas no presente Inquérito Policial Federal", aponta o relatório usado pelo ministro na decisão.
Na época, a Abin era comandada por Alexandre Ramagem, atual deputado federal. Simone Sibilio entrou no caso em 2018, época das execuções de Marielle e Anderson. Ela saiu do caso em 2021, alegando interferências externas.
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