A Polícia Federal deflagrou operação, na manhã desta quinta-feira (25/1), para investigar possível organização criminosa que teria se instalado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas. De acordo com a PF, o grupo usava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.
São cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. Os mandados são cumpridos em Brasília (18), Juiz de Fora (MG) (1), São João Del Rei (RJ) (1) e Rio de Janeiro(1).
Segundo apuração da Globonews, um dos alvos é o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a agência no governo Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a PF, os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
A ação é uma continuidade da operação Última milha, deflagrada no ano passado. Segundo a PF, as provas obtidas a partir das diligências executadas à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal.
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