O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou nessa terça-feira (23/1) sobre as eleições municipais de 2024 e anunciou que irá fazer campanha pelo país, mas que irá respeitar os candidatos dos partidos que apoiam o governo, mesmo que disputem o pleito contra petistas. Sobre a disputa em São Paulo, Lula disse que "lá é especial", e que o enfrentamento na capital paulista será um duelo direto entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem se referiu como "aquela figura".
Lula também afirmou que irá tomar cuidado para, na disputa nas prefeituras do país, não criar problemas com os partidos que dão sustentação a seu governo. O presidente afirmou que não pode fazer campanha como um "cidadão comum" e não pode ser "acintoso" se de um lado tiver um petista e de outro, um adversário no pleito de uma legenda que o apoia no Congresso.
Segundo ele, em São Paulo, porém, é diferente. "Na capital paulista é especial. É confrontação direta entre mim e aquela figura (se referindo a Jair Bolsonaro). Vamos disputar. Será uma disputa entre o governo que coloca o povo em primeiro lugar e o governo da fake news, do desastre. O governo que não acredita nas coisas normais em que a humanidade acredita. Terei imenso prazer em fazer essa disputa", apontou Lula, em entrevista ao programa do jornalista Mário Kertez, na Rádio Metrópole, da Bahia.
"E fiquei feliz de convencer a Marta (a se filiar ao PT e compor a chapa com Guilherme Boulos). É a prefeita que o povo tem a melhor memória de São Paulo. E precisa voltar. Acho que podemos ganhar em São Paulo."
"Tenho que fazer o jogo mais ou menos"
Sobre a disputa entre possíveis aliados de seu governo, o presidente disse que, se tiver dois candidatos da base na briga, ele irá dar "tratamento mais respeitoso".
"Não posso ser acintoso, apoiando nosso candidato. Teremos candidatos em todas as cidades, principalmente do PT e da base do governo. Vamos fazer aliança em vários estados. Não vou me jogar para não criar conflito. Sei que sou o presidente e que tenho que conversar com as pessoas. Tenho que fazer o jogo mais ou menos. Acertar para não ter problemas depois no Congresso Nacional."
O presidente falou também de sua relação com o Congresso Nacional e disse que no governo de Bolsonaro, quem criticou, a "governança" era do parlamento e que não irá repetir esse tipo de relação.
"O governo passado não tinha capacidade de discutir. Não queria. Ou não era da lógicca dele e deixou que os deputados fizessem o que quisessem. Temos uma relação democrática. Converso toda hora com os presidentes da Câmara e do Senado, nossos líderes também. As coisas estão indo. Se não conseguimos 100% do que queremos,mas temos 60% a 70% do que a gente quer", afirmou o presidente.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br