Política industrial

"Janela de oportunidade histórica", diz representante da CNI

Vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria alertou para o momento decisivo que vive o mundo em relação ao desenvolvimento de novos instrumentos que promovam a industrialização verde

Reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto, em que foi lançada a nova política industrial brasileira -  (crédito:  Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto, em que foi lançada a nova política industrial brasileira - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Leonardo de Castro, chamou a atenção para a “janela de oportunidade” que se abre diante do Brasil com os investimentos anunciados, nesta segunda-feira (22/1), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no programa Nova Indústria Brasil. O presidente do Conselho Temático de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico (Copin) da confederação alertou para a necessidade de o país caminhar no sentido da industrialização verde, com redução das emissões de carbono.

“Essa mobilização se insere em uma janela de oportunidade histórica. Esse é um tempo decisivo, que vai determinar a emergência climática, a transformação ecológica e, desse processo, vai emergir um novo arranjo das nações. Estados Unidos, União Europeia, Japão e Coreia do Sul, em resposta à China, buscam ampliar suas estruturas produtivas e estas se movem na direção da descarbonização”, declarou Castro.

 

 

O representante da CNI afirmou que a nova política industrial adotada pelo governo vai gerar novos empregos e alinhar o Brasil aos países desenvolvidos. “Estamos reafirmando a opção do Presidente da República de recolocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento, para que possamos retomar índices de crescimento maior e poder ofertar um caminho consistente e alinhado com o que os países desenvolvidos fazem, permitindo mais e melhores empregos, dignidade e orgulho próprio”, disse.

Castro ressaltou que, entre os anos 1960 e 1980 o país era uma grande potência industrial, chegando a superar a China, mas perdeu nos últimos 40 anos e precisa, nesse momento, retomar o crescimento. “Éramos a referência entre os países em desenvolvimento, os países asiáticos vinham estudar o Brasil nos anos 60 e 70. Foi um grande processo de modernização, urbanização e industrialização. Em 1980, a produção industrial brasileira era maior que a produção da China e da Coreia do Sul somadas”, destacou.

“Não podemos mais manter uma ilusão ideológica que em nada ajuda o Brasil. Precisamos ter sinceridade e reconhecer que, nos últimos quarenta anos, o Brasil foi o país que mais perdeu no conserto das nações. É preciso mudar. E vamos precisar de todos para uma nova concertação pela neoindustrialização”, reforçou o vice-presidente da CNI.

Para Castro, o Brasil tem grande potencial para produzir energia limpa e, com isso, se beneficiar da janela de oportunidades que surge nesse sentido. “Porém, essa janela de oportunidade é curta e não estamos avançando na velocidade necessária. Por isso, o dia de hoje é tão importante para mudar a ambição que devemos ter como país”, afirmou.

“Estamos no caminho certo. Hoje o cenário é positivo com a retomada da política industrial. A indústria brasileira precisa de instrumentos modernos e semelhantes aos que promovem a indústria nas nações líderes”, concluiu.

 

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postado em 22/01/2024 17:33 / atualizado em 22/01/2024 17:34
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