O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um inquérito para investigar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). A Corte atendeu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta suspeita de fraude no acordo de delação firmado pelo ex-deputado estadual paranaense Tony Garcia.
Garcia firmou acordo de delação premiada com a 13ª vara federal de Curitiba, quando Sergio Moro era juiz titular. Foi proposto a ele que grampeasse integrantes do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas do estado, em troca de benefícios, como abatimento ou perdão de pena.
No entanto, para a Polícia Federal, existem indícios de que a delação "foi desvirtuada", para servir como ferramenta de chantagem e manipulação de provas. Os investigadores apontam ainda a suspeita de crimes de concussão, fraude processual, coação, organização criminosa e lavagem de capitais.
A informação sobre abertura de inquérito foi publicada pela jornalista Daniela Lima, no G1, e confirmada pelo Correio com fontes na Suprema Corte. O caso corre em sigilo e está sob relatoria do ministro Dias Toffoli.
Moro teria ligado diversas vezes para o ex-deputado, réu no processo, para passar instruções de como ele deveria agir. O ex-ministro da Justiça nega as acusações e afirma que, na ocasião, o acordo de delação era um instituto novo e que ainda não tinha as mesmas regras aplicadas nos dias de hoje. A PGR pediu, também, a inclusão no inquérito dos procuradores que atuaram no caso e da esposa do senador, a deputada federal Rosângela Moro.
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Renato Souza
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