Durante a coletiva de imprensa que anunciou o nome de Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça e Segurança Pública, na quinta-feira (11/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou o nome do advogado e ex-deputado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas (PT-DF), falecido em 2018 em decorrência de um câncer. Lula lembrou de Sigmaringa como um "grande amigo que construiu na vida". No governo do petista, o ex-deputado foi convidado duas vezes para assumir o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mas ele sempre preferiu permanecer na advocacia.
"É a única pessoa na face do planeta Terra que recusou. E ele dizia da forma mais singela possível: 'presidente, eu não estou preparado para ser ministro da Suprema Corte, me deixa aqui onde estou'. E ele não foi, enquanto está cheio de gente no mundo dos advogados brigando para ter um cargo importante desse", afirmou Lula.
Em 2018, a Justiça do Paraná negou um pedido feito pela defesa de Lula para que o então ex-presidente pudesse ir ao enterro de Sigmaringa Seixas. Na ocasião, Lula estava preso em Curitiba. Impossibilitado de comparecer ao velório, Lula enviou uma carta à viúva do advogado, Marina Carvalho. O texto foi lido ao presentes pelo deputado distrital Chico Vigilante (PT).
Quem foi Sigmaringa
Nascido em Niterói (RJ), Sigmaringa se formou em direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF). O ex-deputado contribuiu na elaboração da Constituição, integrando a Assembleia Constituinte de 1988. O ex-deputado tinha relações pessoais com representantes de diferentes correntes políticas, como o presidente Lula e o ex-senador José Serra (PSDB).
Sigmaringa chegou à capital federal na década de 1970. Ficou conhecido por defender presos políticos e estudantes durante a ditadura militar. Parlamentar por três mandatos pelo Distrito Federal, começou sua carreira política como deputado federal pelo MDB, com passagem pelo PSDB e por fim no PT em 2003.
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