São Paulo

Marta Suplicy conversa com Lula e deve retornar ao PT como vice de Boulos

No Palácio do Planalto e no alto escalão do PT, a volta de Marta é dada como praticamente certa

A ala considerada mais radical no PT, no entanto, não vê o retorno da ex-prefeita com bons olhos. -  (crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)
A ala considerada mais radical no PT, no entanto, não vê o retorno da ex-prefeita com bons olhos. - (crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado)

A secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, está a um passo de voltar para o PT. Marta conversou nesta segunda-feira, 8, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que articula uma aliança para ela ser vice, pelo PT, na chapa do deputado Guilherme Boulos (PSOL), candidato à sucessão do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Marta ainda está em férias na Prefeitura e ainda não se reuniu com Nunes, mas já esteve com Boulos. O Estadão apurou que, antes de fazer qualquer anúncio, ela falará com o prefeito.

No Palácio do Planalto e na cúpula do PT, a volta de Marta é dada como praticamente certa, como mostrou o Estadão na semana passada. O aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à campanha de reeleição de Nunes serve como uma espécie de empurrão para Marta aceitar o convite de voltar ao PT. Ela não admite estar no mesmo palanque de Bolsonaro, a quem já chamou de "psicopata".

Lula já havia conversado com a secretária de Relações Internacionais da Prefeitura por telefone, antes da virada do ano, mas somente nesta segunda-feira, 8, os dois falaram sobre a novo projeto político pessoalmente, no Palácio do Planalto. A avaliação é a de que será preciso montar uma frente ampla para enfrentar o bolsonarismo. A capital paulista é vista como a "joia da coroa" deste projeto político.

A dobradinha de Marta com Boulos somente não sairá do papel se houver alguma mudança de última hora. A ala considerada mais radical no PT não vê o retorno da ex-prefeita com bons olhos porque, quando ela deixou o partido, em 2015, após ter sido filiada por quase 35 anos, escreveu uma carta dizendo que a sigla era "protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção".

Em 2016, quando era senadora, Marta votou favoravelmente ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff, de quem havia sido ministra. Em 2022, no entanto, apoiou a candidatura de Lula contra Bolsonaro.

Apesar das divergências, o comando do PT e o PSOL avaliam que Marta pode contribuir muito para a Prefeitura voltar a ser comandada pela esquerda.

O deputado Rui Falcão (PT-SP) acompanhou o encontro de Marta com Lula, ao lado do marido dela, Márcio Toledo. Falcão foi secretário de Governo na gestão de Marta como prefeita de São Paulo, de 2001 a 2004, e hoje é um dos articuladores do seu retorno às fileiras do PT para a aliança com Boulos.

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postado em 08/01/2024 19:26 / atualizado em 08/01/2024 19:27
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