ARTIGO

8/1: Lula diz que democracia foi severamente testada, ao Washington Post

Presidente brasileiro escreveu um artigo no jornal americano. No texto, ele compara o 8 de Janeiro com as invasões no Capitólio americano, em 2021

Na foto, Lula conversa com Alexandre de Moraes, ministro do TSF. O magistrado comanda investigação sobre a participação e financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 -  (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)
Na foto, Lula conversa com Alexandre de Moraes, ministro do TSF. O magistrado comanda investigação sobre a participação e financiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 - (crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)

Intitulado "O Brasil frustrou uma tentativa de golpe. Aqui estão nossas lições para o mundo", o artigo escrito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicado, nesta segunda-feira (8/1), no jornal americano The Washington Post, um dos mais conhecidos do mundo, diz que a democracia brasileira foi "severamente" testada pelos atos golpistas do 8 de Janeiro, que completam um ano nesta segunda-feira (8/1).

No texto, o presidente brasileiro compara as invasões aos prédios dos Três Poderes no Brasil com os episódios ocorridos no Capitólio, nos Estados Unidos, após a vitória do atual presidente, Joe Biden. Os dois eventos, de acordo com Lula, foram "movidos pela mentira e pela desinformação". "(Os vândalos) quebraram janelas e destruíram objetos históricos e obras de arte enquanto transmitiam suas ações pela internet", escreveu. 

Trecho do artigo escrito pelo presidente Lula no jornal americano Washington Post
Trecho do artigo escrito pelo presidente Lula no jornal americano Washington Post (foto: Reprodução/The Washington Post)

Diante disso, na avaliação de Lula, a democracia brasileira se fortaleceu. No artigo, ele aborda as ações do seu governo, além do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso para investigar e responsabilizar os culpados pelas invasões de 8 de Janeiro. 

"O sistema eleitoral brasileiro, internacionalmente reconhecido por sua integridade, foi questionado por aqueles que foram eleitos por meio desse mesmo sistema. Sem evidências, reclamaram sobre a urna eletrônica brasileira, assim como os negadores de eleições nos Estados Unidos reclamaram sobre a votação pelo correio. O objetivo dessas falsas reclamações era desqualificar a democracia para perpetuar o poder de maneira autocrática. Mas a democracia brasileira prevaleceu — e emergiu mais forte", escreveu o presidente.

Mundo

Além de escrever sobre o 8 de Janeiro, Lula fez um balanço das ações do seu primeiro ano de governo. No texto, ele abordou os combates à pobreza e ao desmatamento na Amazônia. "O desmatamento na Amazônia, que estava aumentando no governo anterior, caiu 50% em 2023 . Retomamos políticas de combate à pobreza como o Bolsa Família , que garante renda às mães que mantêm seus filhos vacinados e na escola". 

No artigo, o presidente também abordou dados que apontam crescimento econômico no país. "Nossa economia cresceu três vezes mais em 2023 do que o previsto pelo Fundo Monetário Internacional, e nos tornamos o segundo maior destino de investimento estrangeiro direto no mundo, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico", argumentou. 

Tecnologia

Quanto à disseminação de ideia autoritárias, as big techs foram apontadas como responsáveis por favorecer ambiente propicio ao fortalecimento do extremismo. Lula, no entanto, não comentou sobre o projeto de lei que regula o funcionamento das redes sociais e das Big Techs no país, conhecido como pl das Fake News.

"O modelo de negócio das Big Tech, que dá prioridade ao envolvimento e à procura de atenção, promove conteúdos inflamatórios e fortalece o discurso extremista, favorecendo forças antidemocráticas que operam em redes internacionalmente coordenadas", escreveu. A PL das Fake News está parada na Câmara e aguarda data para ser votada. Ainda não há consenso sobre a discussão deste projeto.

Além dos papel das Big Techs como ambiente propenso a disseminar desinformações, Lula falou como os avanços tecnológicos impactam na vida do trabalhador. "É ainda mais preocupante que a inteligência artificial , além de agravar a desinformação, possa promover a discriminação, causar desemprego e violar direitos", disse.

Essas questões que envolvem a tecnologia na vida das pessoas, escreveu Lula, impactam na sociabilidade e no funcionamento das democracias. "(Elas) estão integradas. O fortalecimento da democracia depende da capacidade dos Estados não só para enfrentar as desigualdades estruturais e promover o bem-estar da população, mas também para enfrentar os fatores que alimentam o extremismo violento", concluiu. 

Leia o artigo completo de Lula no The Washington Post. 

 

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postado em 08/01/2024 10:54 / atualizado em 08/01/2024 11:01
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