O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende que as investigações sobre os atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023 devem continuar até descobrir quem foram os financiadores dos ataques. "As pessoas mais sérias não brincaram em serviço. As pessoas mais sérias tomaram as posições que tinham que tomar e reestabelecemos a normalidade. Tem muita gente que está na mira e pode ficar certo que vai ser encontrado, é apenas uma questão de tempo", disse Lula, em declaração à Globonews, no documentário 8/1: A Democracia Resiste, que estreou no domingo (7/1).
O presidente Lula lembrou que não cedeu a pressão por decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por recomendação da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. "Foi a Janja que me avisou: 'Não aceita GLO porque GLO é tudo o que eles querem, é tomar conta do governo'. Se eu dou autoridade para eles [militares], eu tinha entregado o poder para eles", afirmou Lula.
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Assim que soube dos ataques, Lula, que estava em Araraquara (SP) para verificar o estrago das chuvas ocorridas na região, decretou intervenção federal na Secretaria de Segurança Pública de Brasília e designou Ricardo Garcia Cappelli, então secretário-executivo do Ministério da Justiça, como interventor.
Ataque contra a democracia
Há um ano, um grupo formado por cerca de 3 mil extremistas invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Ao todo, o prejuízo material é calculado em mais de R$ 20 milhões. Uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito foi formada no Congresso e uma CPI na Câmara Legislativa do DF para investigar os fatos. Mais de 2,1 mil pessoas foram presas. De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), até o momento 30 foram condenados por participação nos atos golpistas.
Nesta segunda-feira (8/1), um evento no Congresso Nacional, a partir das 15h, vai reunir o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, da Câmara, Arthur Lira, e do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. Intitulado "Democracia Inabalada", o ato tem como objetivo reafirmar a importância e a força da democracia brasileira, além de restituir o patrimônio público, de maneira simbólica com alguns itens depredados durante a invasão.
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