Atos antidemocráticos

No Alvorada, laboratório restaura peças destruídas no 8 de janeiro

O total gasto na reforma após a depredação foi de R$ 297 mil, e envolve tanto correções quanto prevenções em caráter contínuo, como reparos na parte elétrica, vidraçaria, entre outros

Laboratório montado no Palácio da Alvorada atua na restauração de obras vandalizadas no 8 de janeiro -  (crédito: Wallisson Breno/Audiovisual/PR)
Laboratório montado no Palácio da Alvorada atua na restauração de obras vandalizadas no 8 de janeiro - (crédito: Wallisson Breno/Audiovisual/PR)

Prestes a completar um ano dos ataques golpistas ocorridos na Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro, um laboratório montado no subsolo da capela do Palácio da Alvorada trabalha para revitalizar e recuperar obras de patrimônio público depredadas pelos atos de vandalismo. No total, 20 obras serão restauradas.

Segundo o Planalto, o processo de restauro das obras artísticas do acervo da Presidência se tornou possível a partir de um Acordo de Cooperação Técnica com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que assumiu os custos. Os trabalhos são realizados por uma equipe de 10 restauradores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

O Iphan produziu laudos sobre o estado de conservação dos bens danificados, em especial os seguintes bens:

  • Pintura sobre tela “As mulatas”, de Emiliano Di Cavalcanti;
  • Escultura em bronze “O flautista”, de Bruno Giorgi;
  • Escultura em madeira, de Frans Krajcberg;
  • Relógio histórico de Balthazar Martinot;
  • Pintura sobre madeira “Bandeira”, de Jorge Eduardo;
  • Escultura de ferro de Amilcar de Castro;
  • Mesa imperial em madeira;
  • Marquesa em metal e palha, de Anna Maria Niemeyer;
  • Retrato de autoria não identificada;
  • Ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada;
  • Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues;
  • Pintura abstrata de autoria não identificada;
  • Pintura de batalha de autoria não identificada.

Três dessas obras também receberam cuidados de profissionais das equipes da diretoria de Engenharia e Patrimônio/Secretaria-Geral e da diretoria curatorial dos Palácios Presidenciais: a Escultura de ferro de Amilcar de Castro; a marquesa em metal e palha de Anna Maria Niemeyer; e a mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues.

Relógio de Balthasar Martinot

O relógio Balthasar Martinot Boulle, do século XVII, e a caixa de André Boulle, destruídos durante os atos de vandalismo, serão revitalizados a partir de um Acordo de Cooperação Técnica formalizado com a Embaixada da Suíça no Brasil.

A Embaixada da Suíça em Brasília apresentou à Presidência da República uma iniciativa de restauração do patrimônio, parte fundamental da identidade e da memória do país. Um produtor suíço de relógios de longa tradição e experiência ofereceu o apoio de alguns dos maiores especialistas e artesãos para a restauração. Numa primeira avaliação, levando em conta os graves danos sofridos e as características e complexidade do relógio, identificou-se que será necessário o engajamento de vários especialistas.

Reforma custou R$ 297 mil

A gestão presidencial tem estabelecido contratos de manutenção predial, envolvendo tanto correções quanto prevenções em caráter contínuo como reparos na parte elétrica, vidraçaria, divisórias especiais (portas e divisórias), pintura, bancadas e tampos de mármore, peças sanitárias, gradil e elevador danificado. O total gasto na reforma foi superior a R$ 297 mil.

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postado em 05/01/2024 17:06
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