Um ano após vândalos depredarem órgãos e instalações públicas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a Câmara dos Deputados voltou a expor objetos e obras de arte, presentes dados aos presidentes da Casa, que foram roubados ou destruídos durante os ataques de 8 de janeiro.
Essas peças estão sendo tratadas, na exposição montada no Salão Verde, também com "nova função social de testemunhas", além do valor cultural. Por essa razão, em algumas delas foram mantidas visíveis as marcas geradas da trajetória de cada objeto.
É o caso do vaso presenteado em 2008 pelo Partido Comunista Chinês ao então presidente Arlindo Chinaglia (PT-SP). O vaso está exposto em pedaços, comos fragmentos quebrados. "Foi decidido que o vaso será remontado, mas as lacunas, assim como asmanchas, vão permanecer aparentes na peça", informa a Câmara.
Também voltou à exposição a bola de futebol presenteada em 2012 pela delegação do Santos Futebol Clube, quando o jogador Neymar integrava o elenco. Foi furtada no 8 de janeiro de 2023 e devolvida 20 dias depois pelo autor do furto, entregue à Polícia Militar em São Paulo. Não apresentava danos e necessitou apenas de higienização.
No Salão Negro do Congresso, onde ocorrerá o ato, já foram instaladas algumas peças alvos dos golpistas, como a tapeçaria de BurleMarx e também o exemplar da réplica da Constituição, furtada por um bolsonarista de Minas Gerais, que está preso.
O governo do Catar presenteou Rodrigo Maia, então presidente da Câmara, com uma réplica em metal do monumento "The Pearl" (A pérola), que existe naquele país. Até o momento, a peça, que foi furtada, não foi encontrada. O pessoal do acervo decidiu expor, então, apenas o estojo do presente, "que encontra-se íntegro, foi higienizado e teve a adesão de pequenas partes do revestimento de couro".
A proposta de expor as peças mesmo danificadas partiu do pessoal de restauração e conservação da Câmara.
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