O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, telefonou e prestou solidariedade ao padre Júlio Lancellotti após o religioso ficar na mira de um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara Municipal de São Paulo, para apurar as ações de ONGs na região da Cracolândia. A informação foi divulgada pelo próprio pároco, em entrevista a CNN nesta sexta-feira (5/1).
Segundo o padre Júlio, Moraes afirmou que vai conversar com o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Milton Leite (União-SP), para entender como está funcionando a possível abertura da CPI. “Ontem à noite, o ministro Alexandre de Moraes me ligou, eu fiquei muito sensibilizado com essa ligação. Ele manifestou solidariedade, apoio, porque eu conheço o ministro Alexandre de Moraes há mais de 30 anos, desde o seu trabalho aqui em São Paulo, na Secretaria da Justiça e na Segurança Pública”, disse o padre.
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O pedido de CPI foi protocolado pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e causou uma onda de indignação porque o parlamentar quer investigar supostas organizações não governamentais (ONGs) "que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia". Uma das pessoas que seriam intimadas a depor no colegiado, caso seja instalado, é o padre Júlio Lancellotti, conhecido pelo trabalho que faz junto à população em situação de rua.
Após a repercussão negativa, quatro vereadores já retiraram suas assinaturas para a abertura da CPI até o momento: Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade), Sandra Tadeu (União) e Thammy Miranda (PL). Na Câmara Municipal de São Paulo, para que uma CPI seja instalada, são necessárias 19 assinaturas.
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