A Câmara Municipal de São Paulo vai abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham com pessoas em situação de rua. Um dos alvos da investigação é o padre Júlio Lancellotti. A CPI foi pedida pelo vereador Rubinho Nunes (União), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL).
A iniciativa conseguiu as 24 assinaturas necessárias e a expectativa é de que a investigação deverá ganhar contornos eleitorais, pois Lancellotti é próximo de Guilherme Boulos (PSol), um dos pré-candidatos a prefeito de São Paulo.
- Lancellotti no Planalto: "Pessoas em situação de rua não são anjos nem demônios"
- Padre Júlio Lancellotti e líderes religiosos distribuem refeições em SP
- Lula presta solidariedade ao padre Julio Lancellotti, após ameaças
A iniciativa de Rubinho Nunes foi criticada por vereadores da oposição, como Luna Zarattini e Hélio Rodrigues, ambos do PT, que apresentaram uma denúncia contra ele na Corregedoria da Câmara.
O vereador já avisou que pretende focar na atuação das ONGs Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e o coletivo Craco Resiste. As duas entidades atuam junto à população em situação de rua e dependentes químicos da região central da cidade, principalmente na cracolândia.
A primeira é uma entidade filantrópica ligada à igreja católica da qual o padre Júlio já foi conselheiro. A segunda atua contra a violência policial na região da cracolândia.
Em dezembro, em entrevista à Folha de S.Paulo, Lancellotti negou qualquer influência sobre as entidades em questão e afirmou não estar envolvido em projetos conjuntos com elas. O padre afirmou que o vereador e seus aliados "ficam personalizando e criminalizando para fugir do debate da questão" e que deveriam "convocar o prefeito (Ricardo Nunes), a Secretária de Assistência Social, que têm o dinheiro público".
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br