O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o protocolo nesta terça-feira (12/12) ao pedir que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que não estava inscrito para falar, fizesse um discurso durante evento de Anúncios de Investimentos de Bancos Públicos em Estados, no Palácio do Planalto. Tarcísio, por sua vez, teceu elogios ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"Acho que o presidente Lula me escolheu porque eu estou levando o maior cheque. Deve ser por isso. Mas, de fato, a gente fica muito satisfeito de ver esses projetos viabilizados. O PAC é um instrumento para isso. São projetos importantes para todos os estados que estão aqui presentes", afirmou.
"Para a realização da COP [em Belém, em 2025], para a infraestrutura do Mato Grosso do Sul, para o saneamento lá no Ceará. Ou seja, projetos que vão gerar, como o ministro Rui [Costa] falou, compra de material de construção, vão movimentar o comércio, vão movimentar a indústria, vão gerar emprego. São mestres de obras, são carpinteiros, são armadores, que terão oportunidade de trabalhar", emendou o ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro.
O governador comentou, ainda, sobre os recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aplicados nas obras que ligam São Paulo a Campinas por trem de média velocidade. "Estamos com leilão marcado para fevereiro. […] Com certeza estimula a outras cidades a buscar o mesmo caminho. Nós já estamos estruturando o trem Sorocaba-São Paulo que a gente pretende leiloar em 2025. Então, daqui a pouco, Mercadante (presidente do banco), vou bater na porta do BNDES de novo", completou, agradecendo a liberação de recursos. "Tenho certeza que sonhos e esperanças estão sendo viabilizados dessas operações de crédito".
Lula aproveitou a ocasião para alfinetar Bolsonaro. "Eu nunca concebi alguém querer administrar um país do tamanho do Brasil, com 27 estados e quase 6 mil municípios, sem levar em conta a existência desses entes federados. O Pacto Federativo quase foi destruído no nosso país. Eu nunca compreendi querer governar sem conversar com aqueles que, junto com você, têm responsabilidade de dirigir esse país. (...) Eu não quero saber de que partido é o Tarcísio, o Helder Barbalho (governador do Pará pelo MDB). Eles são governadores eleitos, pelo mesmo povo que votou em mim. Os prefeitos, idem. Vamos tratar todo mundo com muito respeito, muita cidadania", concluiu.
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