O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, receberam, na tarde desta segunda-feira (11/12), no Palácio do Planalto, a irmã e a filha do brasileiro, Michel Nisenbaum, desaparecido desde o dia 7 de outubro em Israel. Natural de Niterói (RJ), Nisenbaum é dado pelas Forças de Defesa de Israel como sequestrado pelo Hamas. O Itamaraty trata oficialmente o caso como desaparecido.
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Nisenbaum, de 59 anos, é socorrista e vive em Israel desde 1988 quando imigrou para o país. Vivendo na localidade de Sderot, é pai de duas filhas e avô de cinco. A irmã do brasileiro, Mary Shohat, e uma de suas duas filhas, Hen Mahluf, participaram da visita ao presidente brasileiro para pedir a participação do país nas negociações para a sua libertação.
“O presidente Lula está completamente inteirado do assunto e eu diria que essa é a preocupação número 1 dele, os reféns, e particularmente o Michel por ser o refém com a nacionalidade brasileira. Ele (Nisenbaum) é uma espécie de socorrista e realmente já ajudou e salvou a vida de muita gente. Tem um sentimento óbvio de muita ansiedade, de muita angústia, são mais de 2 meses e a preocupação é que ele depende de alguns medicamentos”, disse Wagner após o encontro dos familiares com Lula.
Na lista de reféns, elaborada pelo governo de Israel, das 138 pessoas que ainda estariam em poder do Hamas, apenas Nisenbaum tem nacionalidade brasileira. Os familiares do brasileiro dizem que uma das preocupações é com o seu estado de saúde, já que ele precisa de medicamentos de uso contínuo.
“O presidente já está agindo no que ele pode fazer, conversando com pessoas que possam chegar lá. A diplomacia brasileira está trabalhando nesse sentido e, infelizmente, nós temos que aguardar porque não temos controle sobre as decisões do Hamas”, lamentou Wagner.
Segundo Wagner, o presidente Lula chegou a repassar o nome de Nisenbaum que foi anotado pelo líder catariano, que vem servindo como intermediário para os contatos com as lideranças do Hamas.
“Nessa última viagem que ele (Lula) fez para a COP ele ligou pessoalmente para alguns líderes e encontrou, no Catar, com os líderes do país, que sabemos tem um acesso à direção do Hamas. No encontro ele citou o nome dele (Nisenbaum), que foi anotado pelos interlocutores. Ele continua entendendo que essa é a missão número um de todos os democratas e de todos que defendem os direitos humanos”, disse Wagner.
Wagner também ressaltou que até o momento não há novas informações sobre o estado de Nisembaum, e que nem a Cruz Vermelha Internacional conseguiu checar a lista das 138 que estariam em poder do grupo terrorista Hamas.
Antes da agenda com Lula e Wagner, as duas parentes do brasileiro, que tem nacionalidade israelense, tiveram uma agenda no Senado Federal. A visita foi uma iniciativa da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e da Federação Israelita do Estado São Paulo (Fisesp), que disseram esperar “sensibilizar a sociedade brasileira” pela libertação das pessoas mantidas em cativeiro na Faixa de Gaza.