O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou nesta sexta-feira (8/12) que o Brasil está atento e acompanhando a tensão entre Venezuela e Guiana para evitar ser usado como "instrumento" de um "incidente diplomático" entre vizinhos. A declaração foi feita a jornalistas na saída do prédio da pasta, na Esplanada dos Ministérios, minutos antes dele se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada. O encontro durou cerca de uma hora.
"Estamos atentos para que nós não sejamos instrumento de um incidente diplomático que envolve dois vizinhos", apontou.
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A crise não foi o único assunto tratado com o petista. Também foi discutida a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em tramitação no Congresso que objetiva proibir militares da ativa de concorrerem às eleições, além da previsibilidade orçamentaria militar e convites para solenidades.
Já sobre o cenário da fronteira, após a reunião, em uma curta nota, a assessoria informou que "não há novidades".
Lula já declarou não querer uma guerra na América do Sul. "Uma coisa que nós não queremos aqui na América do Sul é guerra. Nós não precisamos de guerra, não precisamos de conflitos. O que nós precisamos é construir a paz, porque somente com muita paz a gente pode desenvolver os nossos países", afirmou, nesta quinta-feira (7/12), aos países do Mercosul, destacando que acompanha com preocupação a tensão entre os dois países.
Ao final da Cúpula, foi emitida uma declaração dos Estados Partes do Mercosul, Chile, Colômbia, Equador e Peru sobre a crise, onde manifestaram "profunda preocupação" com a elevação das tensões entre os países", alertam sobre "ações unilaterais que devem ser evitadas" e fizeram apelo pelo diálogo.
No domingo (3/12), venezuelanos foram às urnas para votar se o país deveria anexar o local ao seu território. No referendo, 10,4 milhões de eleitores (dos 20,7 milhões habilitados a votar) aprovaram a criação, na região reivindicada, de uma província venezuelana chamada "Guiana Essequiba".
Nesta quinta-feira (7/12), Maduro divulgou um novo mapa da Venezuela com a incorporação de Essequibo. O temor é de invasão do território.
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