O senador Sergio Moro (União) é acusado dos crimes de caixa 2, abuso de poder econômico, uso indevido de meios de comunicação e de assinar contratos irregulares. A ação contra o ex-juiz, responsável pela operação Lava-Jato de Curitiba, foi movida no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), em junho deste ano, pelo partido político PL e pela federação PT, PV e PC do B.
Moro, segundo a acusação, obteve vantagens indevidas na disputa ao Senado, nas eleições do ano passado. Na visão dos partidos que o acusam, a pré-campanha de Sergio Moro à presidência da República teve gastos de mais de R$ 2 milhões. Isso fez com que ele tivesse mais visibilidade em relação aos concorrentes pela vaga de senador.
Esse investimento, somado aos gastos da corrida ao Senado, teria feito com que Moro gastasse, ao todo, mais de R$ 6 milhões na candidatura. O valor ultrapassaria o limite de gastos permitidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é de R$ 4,4 milhões para campanhas ao Senado.
O processo está na fase de oitivas. O próprio Moro presta depoimento na tarde desta quinta-feira (7/12), no TRE paranaense.
"Choro de perdedor"
Sergio Moro nega a hipótese de ter ultrapassado o limite de gastos de campanha e classifica essas acusações como "choro de perdedor".
"A ilustrar o absurdo da ação encontra-se a afirmação fantasiosa de que a pré-candidatura presidencial teria beneficiado minha candidatura ao Senado quando foi exatamente o oposto, tendo o abandono da corrida presidencial gerado não só considerável e óbvio desgaste político, mas também impacto emocional", afirmou o parlamentar, em janeiro deste ano, sobre as acusações.
Moro pode ser cassado
Se comprovadas as acusações, Moro pode ter seu mandato de senador cassado e ficar inelegível por oito anos. Mas cabe recurso após a decisão, tanto da parte de Moro, quanto da parte da acusação.
No caso positivo de cassação do mandato, seriam convocadas novas eleições para senador no Paraná. O pleito suplementar deverá ser marcado após o final do processo.