GOVERNO E CONGRESSO

Haddad diz ter garantia de Pacheco que pauta econômica será votada neste ano

Ministro também falou sobre a dívida do governo de Minas com a União e disse que Zema não ajuda e "faz graça pela imprensa"

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quinta-feira (7/12), e afirmou ter obtido do senador a garantia de que as pautas econômicas pendentes no Senado serão votadas ainda este ano, mesmo que seja necessária marcação de sessões extraordinárias.

Haddad se referia à votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), da reforma tributária e do projeto das apostas esportivas, as chamadas "bets".

"Discuti esses temas e o presidente Pacheco me disse com todas as letras: 'nem que eu tenha que convocar sessões extraordinárias do Senado nós não vamos deixar de avaliar as propostas que o governo encaminhou', já há bastante tempo para o Congresso Nacional", disse Haddad, na saída do encontro.

"Então, se depender do governo e do presidente do Congresso, não depende só de nós, tudo vai ser avaliado pelo Congresso Nacional", acrescentou.

Questionado se alguma das propostas é prioritária, o ministro respondeu que "tudo é prioridade e necessário para fechar o Orçamento do ano que vem".

E lembrou que são projetos que tramitam no Congresso há mais de três meses. "Tudo isso foi encaminhado em 31 de agosto. Não foi encaminhado ontem", disse.

Haddad afirmou ainda estar bem confiante que o Congresso irá avaliar as medidas e que os parlamentares sabem da necessidade de se buscar o equilíbrio das contas públicas.

"E o prazo (para se votar) é o regimental. Temos até o recesso para votar tudo. E a última lei a ser aprovada é o Orçamento por quê? Porque precisa saber quanto ter de arrecadação desses setores que não pagam impostos", disse.

Haddad em defesa de Pacheco

Fernando Haddad saiu em defesa de Rodrigo Pacheco no tema que envolve a dívida do governo de Minas Gerais com a União, que chega a R$ 160 bilhões. O ministro criticou o governador mineiro, Romeu Zema, do Novo. Diz que, em vez de Zema se aliar a Pacheco, ele ataca o presidente do Congresso nas redes sociais e na imprensa.

"Zema não ajuda com esse tipo de conduta. Está há cinco anos no poder, e quatro deles como aliado do governo passado, e tudo que ele fez foi endividar mais. Saiu de R$ 100 bi para R$ 160 bi a dívida nesse período", disse Haddad.

"O governador Zema precisa saber que está lidando com pessoas sérias, no ministério e no Congresso. Ninguém mais que o presidente Lula sabe da importância de Minas Gerais. O governador deveria adotar posição mais construtiva e menos destrutiva com o presidente do Congresso, que é quem vai deliberar a aprovação do acordo no Senado".

Haddad disse, se referindo a Zema, que "não é hora de fazer graça na imprensa, mas sentar e ajudar a resolver".

Segundo o ministro, o governador praticamente governou com recursos federais e nunca sentou com ele para tratar do assunto, mas apenas seu vice, Mateus Simões.

"O governador não participa das reuniões. A não ser quando veio cobrar a restituição do dinheiro que o Bolsonaro tomou dele, do combustível. Para receber, ele vem".

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