O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu as críticas recebidas após o anúncio de que o Brasil entrará na Opep+, grupo de países aliados à Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep). Neste neste sábado (2/12), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Lula disse que o papel do Brasil no grupo será o de observar e alertar os países sobre o fim dos combustíveis fósseis.
"A Opep+ acho importante a gente participar, porque a gente precisa convencer os países que produzem petróleo que eles precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis, e se preparar significa aproveitar o dinheiro que eles lucram para fazer investimento para que os continentes como o africano e a América Latina possam produzir os combustíveis renováveis que eles precisam, sobretudo o hidrogênio verde. Porque se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer que vai acabar com os combustíveis fósseis", disse.
O anúncio de que o Brasil ingressaria no grupo foi feito na quinta-feira (30), em reunião com a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Na sexta-feira (1º/12), no discurso na conferência da ONU sobre o clima (COP28) Lula cobrou que o mundo pense em soluções para depender menos dos combustíveis fósseis. "É hora de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis. Temos de fazê-lo de forma urgente e justa", disse.
A fala do presidente e a decisão de se juntar ao grupo gerou críticas ao governo e foi interpretada como uma contradição. A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, disse que a entrada do Brasil no grupo significa que o país poderá usar esse espaço para defender matrizes mais limpas de energia.
"O Brasil pode ter uma matriz energética 100% limpa e ajudar o mundo a que também faça sua transição energética com hidrogênio verde. Obviamente que os países que são produtores de petróleo terão que entender exatamente isso que o ministro acaba de dizer", disse.
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